Já havia quem dissesse que, este ano, o verão não ia chegar ao país, mas as temperaturas altas previstas para esta semana – com uma máxima de 45 oC e uma mínima de 21 oC – oficializam a chegada da estação.
Metade dos distritos do país estão hoje em alerta laranja – Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Setúbal, Beja, Castelo Branco, Portalegre e Braga –, apresentando uma situação meteorológica de risco moderado a elevado. Viana do Castelo, Porto, Aveiro, Viseu e Faro, por sua vez, estão em alerta amarelo, que determina que há risco para algumas atividades dependentes da situação meteorológica.
Mas, a partir de quinta-feira, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê um agravamento dos alertas: os nove distritos em alerta laranja passam a alerta vermelho – uma situação meteorológica de risco extremo.
Depois de no último mês se terem registado temperaturas inferiores à média habitual para esta altura do ano, o cenário passa agora a ser o extremo oposto, como explicou Nuno Moreira, do IPMA, que na segunda- -feira se juntou à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e à Direção-Geral da Saúde (DGS) para uma conferência de imprensa conjunta. O responsável alertou, portanto, que a alteração vai ser “brusca”.
A culpa é de um anticiclone. “Estamos sob influência de um anticiclone que está estabelecido sobre a península Ibérica. Por isso temos um vento de leste, que é mais seco e mais quente”, explica fonte do IPMA ao i.
As temperaturas quentes mantêm-se até sábado, com previsão de descida a partir de segunda-feira. De resto, para se manter informado sobre o estado do tempo, o local ideal é o site do IPMA pois, como nota fonte oficial do instituto, “todos os sites funcionam com modelos numéricos, que têm uma periodicidade a 10 dias, alguns a 15 dias – o caso dos americanos. Mas o melhor modelo numérico em termos mundiais é o do Centro Europeu, que é o que o IPMA usa”. Previsões acima de 10 ou 15 dias, por isso, são apenas baseadas nos estados de tempo registados em anos anteriores e nada têm de previsão propriamente dita.
“Situação de tempo quente” e não “onda de calor” Contactada pelo i, fonte do IPMA alertou para que não se confunda a “situação de tempo quente” que se está a registar com “uma onda de calor”, até porque são fenómenos diferentes. O que se está a verificar são temperaturas acima da média para esta época do ano, enquanto uma onda de calor acontece “quando estamos perante um período de seis dias consecutivas com temperaturas médias cinco graus acima do respetivo valor médio para a altura do ano”. Ainda assim, o IPMA nota que “40 oC em Évora não é o mesmo que em Lisboa”.
e a saúde? Perante o aumento da temperatura e os efeitos que ele pode significar para a saúde, o i questionou a DGS sobre se foram tomadas medidas especiais nos hospitais. O subdiretor-geral da Saúde, Diogo Cruz, adianta que não, ressalvando no entanto que “existe um plano de contingência nacional e regional, a par dos planos de contingência próprios de cada hospital, baseados na realidade local. Por isso, na eventualidade de ser preciso ativá-los, estão prontos a serem ativados”.
E se estiver de férias, saiba que o aumento acentuado das temperaturas não significa que tenha de deixar de ir à praia por estes dias. “A recomendação que a DGS faz para este período mantém-se a de sempre: deve-se ir até às 11h da manhã e depois das 17h, sempre muito bem hidratado, com protetor solar com fator 50. E uma nota importante: crianças com menos de seis meses não devem estar expostas direta ou indiretamente à luz solar e as crianças até aos três anos não devem estar expostas à luz solar direta.”