Floresta. Deputado do PS vai gerir empresa pública em Figueiró dos Vinhos

Floresta. Deputado do PS vai gerir empresa pública em Figueiró dos Vinhos


José Miguel Medeiros sai do parlamento para liderar a FlorestGal, registada há uma semana. Objetivo é servir de modelo ao setor privado


O deputado do PS José Miguel Medeiros está de saída do parlamento. O governo escolheu-o para gerir a nova empresa pública de gestão florestal – a FlorestGal – com sede em Figueiró dos Vinhos, segundo apurou o i junto de fontes conhecedoras do processo. Ainda não existem instalações, mas a nova entidade terá a designação de empresa de gestão florestal S.A, tendo sido registada há uma semana. Foi criada a pensar na prevenção dos incêndios e na exploração florestal em economia de escala para rentabilizar um setor há muito abandonado.

No final do mês passado, o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, sustentou que a floresta tem de produzir “rendimentos que garantam a continuidade das populações nos territórios”. E justificou a criação da nova empresa porque “são as pessoas os melhores guardiões da floresta”.

A nova empresa servirá como uma espécie de modelo e de incentivo às entidades privadas de gestão florestal, cujos ativos “devem ter uma área mínima de 100 hectares”, segundo a legislação em vigor. O governo aprovou um conjunto de medidas no final de 2017 que incluem a isenção de IRC “nos rendimentos obtidos no âmbito da gestão de recursos florestais por entidades de gestão florestal (EGF) reconhecidas” pelo Estado e que se constituam e operem com planos de gestão florestal “aprovados e executados de acordo com a regulamentação em vigor”. Estão previstos também benefícios fiscais em sede de IRS, bem como outras isenções como a do “imposto municipal sobre as transmissões onerosas de imóveis”, desde que a autarquia – onde se situam os prédios rústicos – o permitam e aprovem.

A entidade pública vai poder arrendar várias propriedades de pequenos proprietários para tentar rentabilizá-las em economia de escala. Mas o orçamento só deverá ser incluído na Conta Geral do Estado de 2019.

“A empresa pública tem como objetivo fundamental demonstrar como é possível gerir de forma rentável a floresta, particularmente nas zonas de minifúndio”, declarou Capoulas Santos em março no parlamento. O governante apontou alguns exemplos da missão da nova entidade pública com estatuto de sociedade anónima. Primeiro vai começar a identificar prédios rústicos e, depois “eventualmente nas pessoas mais idosas esses prédios são objeto de arrendamento, o que garantirá um rendimento anual aos proprietários”, esclareceu aos jornalistas, citado pela Lusa. Os valores a pagar aos proprietários ainda não estarão definidos, mas esse será um dos papéis que o novo presidente da empresa terá, além de colocar autarcas e entidades privadas a dialogarem.

Saída anunciada José Miguel Medeiros, 57 anos, já foi secretário de Estado da Proteção Civil entre 2008 e 2009, além de governador civil de Leiria. Ontem, fez o pedido dc renúncia ao seu mandato, segundo apurou o i. Odete João deverá, por isso, regressar à Assembleia da República no seu lugar. Mas a saída de José Miguel Medeiros já tinha sido anunciada à direção do PS na semana passada. Aliás, a equipa de Carlos César teve de fazer alguns ajustamentos entre coordenadores da bancada. Ascenso Simões foi promovido a coordenador dos assuntos de Defesa e assumiu esse papel na audição do ministro da tutela, Azeredo Lopes, sobre o caso polémico de Tancos.

Antes da audição do ministro da Defesa, os deputados – da esquerda à direita – despediram-se do parlamentar na Comissão de Defesa. Mas ninguém revelou o cargo que iria ocupar.