Arrendar casa para as férias de verão é cada vez mais uma prática comum para quem procura uma alternativa aos hotéis. Também para os proprietários pode ser visto como uma solução para ter um rendimento extra. Desde o início do ano até ao final de junho, quase 162 mil portugueses procuraram por casas de férias no OLX. Vila Real de Santo António (24,56%), Portimão (23,55%), Albufeira (19,78%), Loulé (11,14%) e Silves (10,16%) foram as zonas mais procuradas. Também durante este período, foram colocados quase cinco mil anúncios naquele portal na categoria ‘Casas de Férias’, com Albufeira (14,3%), Portimão (12%), Loulé (8,3%), Vila Real de Santo António (6,6%) e Silves (5,3%) a liderarem as zonas com maior oferta. Em média, o preço por semana rondou os 529 euros.
Neste momento, há mais de 3.290 casas de férias disponíveis para alugar no portal, todas com a identificação da respetiva licença de alojamento local, informação que passou a ser obrigatória no OLX desde junho do ano passado, contribuindo para uma maior segurança na escolha. Em média, um anúncio fica ativo no portal durante 26,8 dias. O número de anúncios de casas de férias tem vindo a crescer todos os meses desde o início do ano, tendo-se registado um aumento de 77% de anúncios nesta categoria, comparando junho com janeiro de 2018. Faro, Leiria, Setúbal, Lisboa e Braga são as regiões com maior oferta de casas de férias neste momento.
Nos primeiros seis meses do ano, foram gerados mais de 282 mil contactos entre interessados e anunciantes na categoria ‘Casas de Férias’. Só em junho deste ano foram registados mais de 87 mil contactos nesta categoria, um aumento de 577% comparativamente com o início do ano, demonstrando a procura e interesse crescente com o aproximar do período de férias de verão.
Evitar surpresas O que é certo é que quando arrenda uma casa numa agência imobiliária e algo corre mal pode recorrer às autoridades judiciais e apoiar-se na lei que regula a mediação imobiliária em Portugal (ver texto lado). Ainda assim, se um negócio com uma agência de viagens lhe der umas férias com final infeliz, tem hipótese de reclamar para o provedor das agências de viagens e turismo, cuja atividade está devidamente enquadrada na legislação em vigor.
Mas e se o negócio for celebrado online? Aí a probabilidade de os problemas ganharem novos contornos é maior. “As plataformas de arrendamento de imóveis para férias não assumem qualquer responsabilidade em caso de litígio entre as partes. Alegam ser meros facilitadores de contactos entre pessoas interessadas no mesmo negócio ou, quando muito, agregadores de anúncios publicitários”, diz a DECO. Isso significa que a generalidade dos sites descarta a obrigação de mediar ou intervir em conflitos, e como tal o consumidor fica entregue à sua sorte. “Não é admissível que as plataformas online de arrendamento promovam contratos entre os utilizadores, beneficiem da cobrança de uma comissão sobre cada negócio realizado e não assumam qualquer responsabilidade sobre o mesmo”, afirma a associação.
Mas nem tudo são más notícias. Há casos em que os negócios são inviabilizados em cima da hora e existem esforços desenvolvidos por parte da plataforma para encontrar soluções alternativas em tempo útil.
Poupança A verdade é que depois de dois anos a aumentar despesas, este ano os portugueses optaram por poupar, fazendo férias mais modestas. A garantia é dada pelo estudo Observador Cetelem, que diz que as intenções dos portugueses para os gastos nas férias entre julho e setembro rondam, em média, 676 euros contra os 950 euros verificados em 2017, o que representa uma redução de cerca de 30 pontos percentuais em apenas um ano. Aliás, segundo os mesmos dados, 2018 regista mesmo o valor mais baixo dos últimos cinco anos.
Quanto aos inquiridos que pretendem passar férias exclusivamente em Portugal, o valor médio de gastos não deverá ultrapassar os 691 euros. “Mais uma vez, este é um número inferior face ao ano transato, quando, em média, as previsões apontaram para custos na ordem dos 754 euros. Os números deste ano para quem fica em território nacional confirmam esta tendência regressiva, pois em 2015 os portugueses previram que as suas férias não ultrapassassem os 631 euros e em 2016 atingiram um pico de 772 euros”, diz o mesmo estudo.
Já os portugueses que têm planos para viajar para fora do país deverão despender 936 euros, ainda assim bastante longe dos 1465 euros de 2017. “Se compararmos os dados do Observador Cetelem Férias desde 2014 esta é a primeira vez que os gastos médios para férias no estrangeiro ficarão abaixo dos mil euros. Nesse ano o valor previsto foi de 1446 euros, em 2015 de 1124 euros e em 2016 atingiu o valor máximo de 1496 euros”.
Quanto aos portugueses que tencionam passar férias em casa, estes preveem gastar, em média, 443 euros, um valor bem acima do último ano, que não ultrapassava os 331 euros.