Juncker bêbado ou o estado cambaleante da Europa?

Juncker bêbado ou o estado cambaleante da Europa?


O presidente da Comissão Europeia saiu cambaleante da cerimónia de encerramento da cimeira da NATO e teve de ser auxiliado por outros líderes europeus, incluindo António Costa


O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, foi ontem visto a cambalear na cerimónia de encerramento da cimeira da NATO, em Bruxelas, com alguns dos líderes europeus a terem de o ajudar a caminhar, algo que ele parecia não conseguir fazer sozinho. Uma mãozinha nas costas, um bracinho dado, cuidados com os degraus. Não é a primeira vez que Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, é filmado a cambalear em eventos públicos, mas a sua última prestação ganhou popularidade rapidamente. 

Os comentários nas redes sociais não se fizeram esperar, criticando o presidente da Comissão por, alegadamente, estar bêbado. Estará Juncker a vacilar nos passos à semelhança da União Europeia? Se sim, não estava sozinho. Com ele estavam os chefes de Estado e de governo de 29 Estados-membros da NATO.

Subir ao palanque não foi um desafio fácil para Juncker, com cada degrau a ser um obstáculo difícil de ultrapassar, não fossem os braços estendidos de um segurança e de uma assessora. Momentos antes da bandeira da NATO ser içada, o presidente francês, Emmanuel Macron, sorridente e cheio de delicadezas, como lhe é habitual, aproximou-se de Juncker, deixando este último usá-lo como apoio. Ou não quisesse Macron reformar a União Europeia e precisasse do apoio de Juncker. Quando a bandeira finalmente estava a ser içada, Juncker contou com a ajuda de Petro Poroshenko, presidente da Ucrânia, que lá manteve o presidente da Comissão firme e hirto durante a cerimónia. 

Mais tarde, a descer as escadas, foi António Costa, europeísta convicto, a vir em seu auxílio, cheio de sorrisos, dando uma mãozinha à Europa que Juncker aceitou de bom grado. Depois da solidariedade inicial, Poroshenko chegou até a dar um pequeno empurrão a Juncker, que, por sorte, caiu nos braços de outro líder europeu. 

Tsipras, esse, passou rapidamente em passo acelerado, olhando para o horizonte como se nem reparasse. E a primeira-ministra britânica, Theresa May, passou por Juncker a rir-se. Donald Trump, acompanhado de Melania, lá foi caminhando como se nada se passasse, demonstrando a mesma falta de solidariedade para o presidente da Comissão Europeia como tem demonstrado para a Europa, onde chegou esta semana no meio de uma guerra comercial a exigir mais dinheiro para a defesa. Sintoma das relações transatlânticas? 

 

Com Juncker no centro das atenções, os líderes europeus apressaram-se a explicar a razão do estado cambaleante do presidente da Comissão Europeia. "Ele não tem nenhuma doença grave. Pelo que sei sofre de dores nas costas desde há algum tempo. E, de vez enquando, tem crises de dores", disse Mark Rutte, primeiro-ministro holandês. "Ciática. Só a ciática", complementou António Costa. 

A solidariedade do primeiro-ministro português não passou despercebida a Juncker. Hoje, o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, agradeceu em nome do presidente da instituição, acrescentando que este sofreu "uma crise particularmente dolorosa de ciática".

No mês passado, no Parlamento Europeu, Juncker já tinha sido visto a cambalear, esclarecendo na altura que se tratava de dores por causa da ciática. "Tenho dificuldades em andar. Não estou bêbado. Tenho ciática. Antes estivesse bêbado", ironizou.