MOSCOVO – Nunca tive nada contra o número 13, nem pelo contrário, apenas contra a malta lá dos Olivais sul que tinha a mania de dizer treuze. Aliás, no totobola, o 13 é, pelo contrário, número de sorte.
Nunca mais fiz totobolas. Acho que desde o dia em que conseguimos um 13, eu e o meu primo Pedro, lá em Águeda.
O Bento e o Gomes estiveram no Mundial de 1986, que parece ter dado azar a toda a gente, a começar pelo próprio Bento, mas esta história é de muito antes disso. Num domingo ao fim da tarde, estávamos de radinho de pilha ao ouvido, escutando o que se passava na Luz, entre Benfica e FC Porto. De mão em mão, um papelito manhoso. Já tinha todos os quadradinhos confirmados até ao doze. Faltava o treze.Na Luz.
Para aí no último minuto (para nós já tinha passado da hora há horas), penalti contra o Benfica. Estava uma a um: isso lembro-me. E nós com a dupla: 1 e X.
Porra lá para o penalti!
Não me lembro quem o fez e não me lembro quem era o árbitro. Só me lembro do Gomes contra o Bento no último minuto na Luz e nós com o treze quase a cair para doze na mão.
O Gomes foi amigo. Ou o Bento. Aliás, sempre gostei dos dois, e o Bento foi embora cedo demais.
O Gomes falhou ou o Bento defendeu, pouco me importa. Era o treze!!!
Deu 21 contos. Gastámos quinze. Num Anglia Fascinante, aquele ao qual a malta chamava de Ora Bolas: gostavam da parte da frente e embirravam com o vidro de trás. Eu sempre fui fascinado pelo Anglia Fascinante!
Agora tenho outro. Quando apanhar o avião de Moscovo para Alcácer do Sal (via Lisboa), vou almoçar ao Fernando e Dália, lá no Porto Santana e, a seguir, de calção de banho, enfio-me no Fascinante e vou até á praia. Falar com Deus!