De regresso à I Liga após um ano de ausência, o Nacional está a apostar forte no reforço do plantel, de modo a evitar uma repetição do triste destino que teve em 2016/17: a descida de divisão. Para já, assegurou cinco reforços: os defesas brasileiros Kalindi (ex-Penafiel) e Júlio César (este contratado em definitivo, depois de um ano por empréstimo na Madeira), os avançados Kenji Gorre (holandês recrutado ao Swansea) e Riascos (colombiano contratado à Oliveirense) e o extremo georgiano Giorgi Arabidze, oficializado na tarde de ontem para as próximas quatro temporadas.
E é deste que versa o texto em questão. Aos 20 anos, Arabidze é já internacional A pelo seu país – e com números muito interessantes: três golos em quatro jogos – e tem no currículo a estreia pela equipa principal do Shakhtar Donetsk em 2015, com apenas 17 anos. Chegou a ser, inclusive, utilizado por Paulo Fonseca numa ocasião em 2016/17, o que lhe valeu a conquista da Liga ucraniana dessa temporada.
Desconhecido para o comum dos leitores, o jovem descoberto pelo Nacional na Ucrânia tem, porém, mais um atributo de respeito no seu cartão-de-visita: está na lista inicial de 100 candidatos escolhidos pelo jornal italiano “Tuttosport” para a atribuição do prestigiado prémio Golden Boy, que distingue os melhores jogadores sub-21 a cada ano. Com ele, refira-se, estão também três portugueses: Pedro Pereira, cedido esta época pelo Benfica ao Génova; Diogo Dalot, que no início deste mercado trocou o FC Porto pelo Manchester United; e Rui Pedro, que na pretérita temporada representou o Boavista por empréstimo dos dragões. Além destes, há ainda outro atleta a atuar em Portugal presente na lista: Chris Willock, extremo inglês que esta época fez 31 partidas (e três golos) na II Liga, pela equipa secundária do Benfica. Destaque, ainda, para a presença de Angel Gomes, filho do antigo internacional jovem português Gil Gomes – optou, todavia, por jogar pela seleção de Inglaterra –, que se estreou aos 16 anos pela equipa principal do Manchester United pela mão de José Mourinho.
De van der Vaart a Renato Sanches Até novembro, a lista vai sendo reduzida em 20 nomes a cada mês. Da mesma constam vários nomes já bem conhecidos do grande público, com muitas presenças nas respetivas equipas e até nas seleções principais. É o caso, por exemplo, de Alexander-Arnold, titular no Liverpool finalista vencido da última Liga dos Campeões e na seleção de Inglaterra que marcou presença no Mundial da Rússia, mas também Cutrone, titular no ataque do AC Milan à frente de… André Silva, Hakimi, campeão europeu pelo Real Madrid, ou Justin Kluivert, filho do antigo avançado holandês Patrick Kluivert e que acabou de trocar o Ajax pela Roma.
O nome grande desta lista, todavia, é francês: Kylian Mbappé. Aos 19 anos, o avançado de ascendência camaronesa é já um astro na seleção principal de França e no Paris Saint-Germain, para onde se mudou no verão passado depois de uma época a brilhar a grande nível no Monaco. Foi, aliás, essa temporada 2016/17 absolutamente fantástica (44 jogos e 26 golos) que valeu a Mbappé a obtenção desta mesma distinção já em 2017. Até hoje, nunca o prémio (instituído em 2003) foi ganho duas vezes pelo mesmo jogador, mas o avançado francês é, desta feita, sério candidato a consegui-lo.
O Golden Boy, recorde-se, foi entregue em 2016 a Renato Sanches, o primeiro – e único, até à data – português a ser distinguido, na sequência de um primeiro ano de sonho como sénior, com a conquista do campeonato nacional (e da Taça da Liga) pelo Benfica, a transferência milionária para o Bayern Munique e depois a glória europeia com a seleção de Portugal. Van der Vaart, Rooney, Messi, Fàbregas, Aguero, Anderson (ex-FC Porto), Alexandre Pato, Balotelli, Gotze, Isco, Pogba, Sterling e Martial foram os outros vencedores do troféu.