Presidentes de 54 associações juvenis têm mais de 60 anos

Presidentes de 54 associações juvenis têm mais de 60 anos


O governo quer que os presidentes tenham menos de 30 anos e pretende mudar a forma do financiamento das associações


Apesar de serem consideradas associações juvenis, as suas lideranças nem sempre estão ao carog dos jovens. Segundo o Registo Nacional do Associativismo Jovem (RNAJ), existem 54 presidentes que têm mais de 60 anos, tendo o mais velho 86 anos, avança o Público.

Segundo a lei, para ser considerada uma associação juvenil é preciso ter pelo menos 75% dos sócios com menos de 30 anos. Atualmente, 28,4% dos presidentes têm mais de 41 – ou seja cerca de um terço – enquanto perto de metade – 49,3% – têm entre 31 e 40 anos.

O governo pretende alterar esta situação e vai avançar com uma nova lei que obriga as associações a terem presidentes com menos de 30 anos. Esta imposição terá implicações na divisão dos apoios atribuídos às associações pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

Tiago Rego, de 29 anos e presidente da Federação Nacional de Associações Juvenis (FNAJ), “concorda que as associações devem ser preferencialmente dirigidas por jovens”, mas alerta que esta restrição só se torna possível “nas condições ideais”, disse ao Público. “As condições do litoral e do interior são diferentes, por exemplo”, reforça.

O RNAJ indica ainda que 69% dos presidentes são do sexo masculino e que, desde que passou a ser obrigatório o registo dos presidentes das associações, em 2007, as instituições tiveram menos de dois presidentes, em média. Quando aos sócios, a lei está a ser cumprida: 86% dos associados têm menos de 30 anos.