A Assembleia da República lançou um concurso “urgente” para a compra de 1440 cassetes de vídeo para armazenar as emissões do canal ARTV e que custará pelo menos 79.200 euros.
É que o Parlamento ainda trabalha com cassetes betacam e a ‘modernização’ vai demorar. No final deste mês de julho, será lançado um concurso público internacional para a digitalização do arquivo de vídeo, mas a Secretaria Geral da Assembleia da República (SGAR) prevê que o procedimento concursal seja “bastante longo”.
Por isso, e enquanto não houver um sistema de gravação e de armazenamento digital, o Canal Parlamento vai continuar a funcionar à base de cassetes de vídeo, cuja utilização, diz a SGAR, “continua a ser necessária”. O concurso para a compra das 1440 cassetes foi publicado em Diário da República no dia 21 de junho e permitirá assegurar as gravações e o arquivo da ARTV nos próximos 12 meses.
“Tendo em conta o número de horas de emissão do canal, são necessárias, em média, 120 cassetes por mês, o que justifica que a Assembleia da República possa adquirir até 1440 cassetes, no período de um ano”, explicou a SGAR ao i, quando questionada, por email, sobre o lançamento do concurso. Segundo o parlamento, as emissões da ARTVtêm vindo a aumentar, ano após ano. Em 2015, houve 5.900 horas de emissão, em 2016 o número subiu para sete mil e, no ano passado, foram 7.500.
Sobre o concurso público internacional que será lançado até ao final de julho para a compra de um sistema de gravação e de armazenamento digital, a Secretaria-Geral não adiantou quaisquer detalhes, apesar da insistência do i. Nem o valor que estará a ser pensado para a adjudicação.
O Canal Parlamento iniciou as emissões em setembro de 2002 e funciona 10 horas por dia, de segunda a sexta-feira. No ano passado, segundo a consultora GfK, teve uma audiência média diária de 820 telespetadores na Televisão Digital Terrestre (TDT), onde chegou no início de 2013. A estes espetadores somaram-se outros 820 por dia, que assistiram via televisão paga. Recorde-se que, para estar na TDT, a ARTV paga anualmente à Altice/PT 420 mil euros, dinheiro que sai dos cofres do orçamento da Assembleia da República. Prevê-se que os custos sejam renegociados no final deste ano, quando termina o contrato com a PT.
PSD testa sistema de digitalização de som
O grupo parlamentar do PSD está a testar um sistema de digitalização de som. Até aqui, sempre que um deputado discursava era necessário que alguém transcrevesse os discursos, pondo-os por escrito. Mas o novo sistema, explicou ao i fonte do grupo parlamentar, permite a transcrição do que é dito “com uma taxa de fiabilidade de 95%”, ainda que o processo precise de ser sempre acompanhado por um funcionário, encarregue de verificar se as palavras estão a ser transcritas de forma correta. Antes, o grupo parlamentar do PSD já tinha inovado com a instalação de um sistema de gestão documental “amiga do ambiente” e que permite a eliminação do papel: os documentos são todos digitalizados à chegada e só depois distribuídos.