Exames. Dormir bem e estruturar respostas são algumas dicas para ter bons resultados

Exames. Dormir bem e estruturar respostas são algumas dicas para ter bons resultados


Os exames estão aí e o i recorreu à ciência para reunir conselhos para estudar e ter um bom desempenho. E porque professores e explicadores são quem mais domina o assunto, fomos ouvir o que têm a dizer


A época de exames está aí… e isso é o mesmo que dizer que está inaugurada aquela que é a altura do ano mais difícil para os estudantes. Felizmente, não faltam estudos com dicas para ajudar a ter um bom desempenho.

A ciência veio provar o que muitos estudantes já suspeitavam: praticar através de testes é um método que traz resultados. Um estudo da Tufts University (Massachusetts, EUA), publicado em 2016 na revista científica “Science” comparou a capacidade de memorização em dois grupos. Num, depois de estudarem, os participantes praticavam recorrendo a testes; no outro, os participantes tinham apenas estudado a matéria, sem a praticar em exercícios. Os investigadores concluíram que os estudantes que tinham feito exercícios recordavam melhor a matéria. Além disso, entre os alunos que estavam stressados, aqueles que exercitaram a matéria obtiveram melhores resultados do que os participantes que se ficaram pelo estudo propriamente dito.

Que o descanso é essencial para alcançar bons resultados é senso comum, mas a prova de que dormir mal é meio caminho andado para que um teste de memória corra pior foi a conclusão de um estudo publicado há dois anos na revista “Nature Communications”. Por isso, se é adepto da ideia de fazer diretas antes dos exames talvez deva pensar duas vezes. Dormir pode mesmo fazer a diferença.

Uma revelação especialmente curiosa sustentada pela ciência diz respeito ao efeito que o stresse pode ter no desempenho dos estudantes. Um estudo da Concordia University (Montreal, Canadá), de 2016, prova que o stresse relacionado com os estudos pode ser um elemento motivador, se for bem direcionado – e se o estudante mantiver uma vida equilibrada, com uma alimentação saudável e uma vida social ativa. A investigação acompanhou 187 estudantes ao longo de quatro anos e concluiu mesmo que os alunos que se sentiam pior do que o costume revelavam um desempenho ainda melhor – que nalguns casos se refletia até em mais um ponto no exame, em relação à nota anterior.

 

O que dizem os professores e explicadores portugueses?

Não faltam estudos com dicas para este período do ano, mas obrigatório também é ouvir o que professores e explicadores têm a dizer sobre o assunto. Especialmente porque são eles quem mais sente na pele as necessidades e dúvidas dos estudantes nesta altura – como evidencia, por exemplo, o aumento da procura de explicadores na Fixando, uma plataforma online onde é possível contratar estes profissionais.

Nuno Lopes é um dos explicadores disponíveis na plataforma que conhece bem essa realidade. Dá explicações de línguas em Aveiro e, ao i, parte da sua experiência com estudantes para lembrar que o trabalho regular pode ser determinante quando a época dos exames chega. “A falta de trabalho regular é uma das falhas de que mais me apercebo. Não sou apologista de que as pessoas passem a vida a estudar nem nada que se pareça, mas sou apologista de que o trabalho regular – uma hora por dia a estudar determinado tópico – bate a pessoa encafuar-se em casa a estudar três semanas antes do exame”, defende.

Para este explicador, um método que pode ser especialmente eficaz passa por “resolver os exames anteriores e, se possível, cronometrar a resolução. Dá uma vantagem, porque a pessoa organiza-se melhor no tempo”, acredita. Neste contexto, continua, “é importante que os alunos leiam o número máximo de enunciados porque há uma clara dificuldade na interpretação dos enunciados e do português”.

Outra dica de Nuno Lopes é, perante dificuldades, dividir a resposta em partes. “Se o aluno tem dificuldades na resposta à pergunta, deve dividi-la em partes e estruturar a resposta em introdução, desenvolvimento e conclusão. Fazer um rascunho enquanto se resolve o exame, com os tópicos principais da resposta à pergunta, já ajuda muito, porque muitas vezes o aluno pode não ter a resposta correta mas ter a estruturação correta e já tem quatro pontos”, adianta. Por fim, este explicador aconselha os estudantes a pensar fora da caixa: “Nem sempre é preciso só memorizar e deitar cá para fora, muitas vezes é preciso dar a opinião”.

Para Luís Bernardino, professor e explicador de matemática em Faro, é fundamental “resolver exercícios por temas. No caso da matemática há muita coisa disponível na net e há colegas que fazem um trabalho espetacular que é pegarem em tudo o que já saiu em exames e testes intermédios e organizar os exercícios por temas”.

Caso persistam dúvidas, para este explicador a melhor solução é procurar alguém que possa ajudar.