O modelo de carsharing tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos no mercado nacional, principalmente nas grandes cidades. A fórmula é simples: permite-nos deslocar-nos sem termos uma viatura privada e, ao mesmo tempo, ficamos livres de todas as preocupações associadas, nomeadamente a manutenção ou os custos de estacionamento. Há várias soluções disponíveis, mas o modo de funcionamento é sempre o mesmo. Ou seja, a partir do smartphone é possível desbloquear um carro (ou scooter) estacionado num qualquer ponto da cidade e deixá-lo no seu destino, desde que esteja dentro da área de operação do respetivo serviço.
Mas as vantagens não ficam por aqui. Por cada veículo de carsharing é estimado que sejam retirados vários carros das cidades, ajudando a melhorar a situação do trânsito.
Os primeiros passos de mobilidade partilhada foram dados em 2008, quando foi lançado o Mob Carsharing; no entanto, o serviço acabou por ser descontinuado por “falta de procura”. Mas desde 2017 ganhou outra popularidade, com novas plataformas de partilha, mais práticas e também mais modernas, que assentam em aplicações para telemóvel. Ainda assim, uma das primeiras plataformas a chegar ao mercado, a Citydrive, deixou de operar no final do mês de abril. No entanto, continuam a existir muitas outras ofertas, com os preços a rondar os 20 cêntimos por minuto (ver soluções em baixo).
Acredita-se que por cada veículo de carsharing sejam retirados vários carros das ruas da cidade, ajudando a melhorar a situação do trânsito nas mesmas.
Modelo semelhante mas a pedalar Para os mais resistentes também há soluções de partilha, mas a pedalar. O Gira – Bicicletas de Lisboa, em parceria com a EMEL, é a mais recente aposta em Lisboa. Neste sistema estão disponíveis bicicletas clássicas, mas também elétricas. A sua implementação está a ser feita por fases, mas o objetivo é chegar a 140 estações e 1400 giras espalhadas pela cidade. Quanto ao pagamento, há duas formas: subscrição do serviço (anual, mensal e diária) e utilização do serviço (depende do tempo e do número de viagens feitas).
Outra alternativa é a Ofo mas, para já, só está disponível em Cascais, apesar de ter Lisboa na mira. O pagamento é feito por cartão de crédito – o serviço custa um euro por cada 30 minutos de viagem.
Também a oBike poderá estar de regresso às ruas de Lisboa. A empresa chegou à capital no início de fevereiro mas, algumas semanas depois, a câmara municipal mandou remover todos os equipamentos por considerar que o seu estacionamento estava a ser “abusivo”. Nessa altura, a plataforma disponibilizou um serviço de bicicletas partilhadas, sem estações fixas. Contava com 350 bicicletas disponíveis junto ao rio Tejo, entre Belém e Santa Apolónia. Cada viagem de 30 minutos custava 50 cêntimos. O pagamento era feito por cartão de crédito mas, antes de fazer qualquer viagem, era obrigatório carregar a conta do oBike e pagar uma caução de cinco euros. Neste momento, a oBike está a negociar os termos e condições de utilização das bicicletas partilhadas na capital, para que não voltem a acontecer situações abusivas.
Carsharing versus rent-a-car
Legislação
• O governo aprovou no início de maio o decreto-lei que altera o regime de acesso e exercício das atividades de aluguer e partilha de veículos de passageiros sem condutor, alteração que corresponde uma medida Simplex+ e que visa “desmaterializar, desburocratizar e simplificar os contratos de aluguer de veículos de passageiros sem condutor”.
Aposta
• Há cada vez mais multinacionais do setor do rent-a-car a entrarem para esta atividade e a criarem soluções próprias, em parceria ou não com outras empresas: Europcar, Hertz, Sixt, etc.
• Também a tradicional oferta tem assistido a profundas alterações. Por exemplo, a Europcar lançou o serviço de longa duração, que assenta numa solução de renting com seguro, manutenção, pneus ilimitados, viatura de substituição ilimitada, cobertura de recondicionamento no final do contrato; possibilidade de contratação de gestão de combustível e de gestão via verde − para períodos de tempo até 36 meses.
Carsharing versus carpooling
Carpooling
• O carpooling baseia-se em partilhar um carro entre passageiros com destinos e horários coincidentes. Assim, os condutores com carro próprio podem optar por partilhá-lo com passageiros que façam também o mesmo trajeto. Esta é uma solução particularmente vantajosa para viagens de longo curso, uma vez que assenta no princípio de dividir os custos da viagem – portagens e combustível – entre todos os passageiros.
Preços
• O preço das viagens varia muito de condutor para condutor. Mas uma viagem Lisboa-Porto costuma custar, em média, entre 12 e 15 euros (19 euros na Rede Expressos), enquanto uma viagem Lisboa-Faro poderá custar entre 10 e 15 euros (18,5 euros pela Rede Expressos).
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Drivenow
É uma joint venture do grupo BMW e da Sixt SE. Em Portugal atua na área de Lisboa com uma frota de 211 carros (BMW e Mini), dos quais 11 são elétricos. O preço varia consoante o veículo escolhido. Se for um dos três modelos Mini, o preço é de 29 cêntimos por minuto. Já para os dois modelos de BMW, a versão elétrica custa 34 cêntimos por minuto e a outra versão 31 cêntimos por minuto. Os veículos da DriveNow têm de ser deixados em locais específicos, mas dentro dessa área pode parar em qualquer estacionamento público de superfície (com ou sem parquímetros). Após o registo, o cliente pode usar os serviços da empresa em outras 13 cidades europeias.
Parpe
Presta um serviço semelhante à Booking Drive, ou seja, o utilizador pode registar uma viatura que pode depois ser alugada a outros utilizadores. O preço por dia (o mínimo para reserva, não havendo um período máximo) é definido pelos proprietários, sendo que a Parpe apenas “faz a sugestão do preço”, através de um algoritmo que é gerado aquando da introdução dos dados. Os proprietários terão de dar uma comissão de 20% por serviço à plataforma. Já para alugar um carro, o utilizador deve ter conta ativa no Facebook, mais de 21 anos, carta há mais de dois anos e cartão de crédito.
Emov
Foi a última plataforma a entrar no mercado português e é resultado de uma parceria entre o grupo PSA e a Câmara Municipal de Lisboa. Trata-se de uma frota 100% elétrica composta por 140 Citroën C-Zero de quatro lugares. A inscrição tem de ser feita no site (www.emov.pt) ou através da aplicação, e em menos de 24 horas terá a aprovação para começar a utilizar o serviço, necessitando de documentos de identificação, carta de condução e cartão de crédito ou débito. O serviço custa 21 cêntimos por minuto, ou seja, 15 minutos de viagem podem custar 3,15 euros. Para já atua apenas em Lisboa, mas poderá estar para breve a aposta no Porto.
Booking Drive
Trata-se de uma plataforma de carsharing entre privados. Os interessados podem inscrever-se e disponibilizar o seu modelo para aluguer para períodos específicos em que não necessitem dele. Este serviço abrange todo o país. Para poder registar o seu veículo na base de dados necessita apenas de toda a documentação em dia (inspeção, seguro e Imposto de Circulação Único). No entanto, os veículos têm de ter menos de 11 anos e o proprietário deve ter mais de 21. Quando um utilizador mostrar interesse por um veículo, abre-se um chat automático entre o proprietário e o condutor. Um condutor que disponibilize o seu carro dois dias por semana a um custo de 15 euros por dia poderá usufruir de mais de 1000 euros anuais.
24/7
City Sistema de carsharing de carros elétricos, lançado em parceria com a startup portuguesa Mobiag, e do Hertz Ride, de aluguer de motas com pacotes turísticos. Estão disponíveis ao todo uma dezena de carros elétricos BMW i3, que podem ser alugados à hora ou ao dia. Os preços variam entre 9 euros (uma hora) e 49 euros (um dia), e incluem 30 quilómetros por cada hora. O 24/7 City também está disponível através de uma aplicação móvel e, à semelhança dos serviços concorrentes, cobra taxas extra em caso de uso indevido. Existem três zonas de serviço: nas verdes é possível largar o carro sem custo (estão apenas junto ao Aeroporto Humberto Delgado e na Rua Castilho); nas amarelas paga 10 euros; e nas azuis não pode terminar viagem.
Ecooltra
Com uma frota de mais de duas mil scooters elétricas, está presente em cidades como Lisboa, Barcelona, Madrid, Roma e Milão. Só na capital pretende duplicar a oferta de forma a chegar às 300 motos até ao fim do ano. Após reserva, tem 15 minutos para chegar até à scooter e iniciar a sua viagem. Este tempo não é cobrado mas, caso não chegue à scooter em 15 minutos, a reserva é cancelada e terá de fazer uma nova. O custo é de 24 cêntimos por minuto e é pago através de cartão de crédito. Uma vez desbloqueado, no assento encontrará dois capacetes, toucas para se tornar mais higiénico o uso dos capacetes e uma embalagem de toalhetes.