Jerónimo de Sousa criticou este sábado, no comício de comemoração dos 200 anos do nascimento de Karl Marx, as grandes empresas como a EDP, a Galp e a REN por terem "trabalho não pago" que "atinge níveis escandalosos".
"O mundo mudou muito, mas não mudou a natureza exploradora do capitalismo, que se tornou cada vez mais rentista, parasitário e decadente", disse o secretário-geral do PCP que acrescentando que "o trabalho não pago na economia portuguesa, particularmente nos setores dominados pelos grandes grupos económicos, atinge níveis escandalosos".
No caso concreto da EDP e da REN, Jerónimo afirmou que "nas mesmas oito horas de trabalho por dia, ao trabalhador, para pagar o seu salário, basta-lhe trabalhar 44 minutos, sendo o resto do tempo trabalho não pago, a mais-valia da EDP e REN". A nível de números, o líder comunista sublinhou que existem mais de 1,2 milhões de portugueses nesta situação, o que implica uma duplicação do "flagelo da precariedade" nas últimas décadas.
E não é do governo que a solução. Jerónimo afirmou que o PS "não vai no bom caminho quando procura a solução para os problemas dos trabalhadores, do povo e do país com o PSD e CDS, em vez de romper com as políticas do passado de exploração e empobrecimento dos trabalhadores e do povo".
"Somos um partido de projeto marxista-leninista, um partido que esteve e continua hoje presente nos grandes combates contra a exploração, as injustiças e as desigualdades no nosso país", reforçou Jerónimo de Sousa acrescentando que o PCP pretende "honrar o legado de Marx é não dar tréguas à luta contra a exploração capitalista, as injustiças e as desigualdades sociais, tendo sempre presente o objetivo da concretização da sociedade socialista e comunista".
Para além disso, Jerónimo de Sousa prometeu ainda apoiar a exigência da CGTP de ter o salário mínimo nos 650 euros já no início de 2019 e censurou o que considera ser "as relações de promiscuidade, inseparáveis da submissão do poder político ao poder económico, envolvendo muitos daqueles que impuseram a entrega de praticamente todos os setores e empresas estratégicas do país e a recuperação do poder monopolista, para de seguida participarem no saque", referindo-se ao caso de Manuel Pinho.
Jerónimo condenou ainda "a política de ruína e exploração que tem levado à degradação do próprio poder político e seus agentes, capturado que foi pelos grandes interesses económicos e enredado na malha da circulação de quadros e altos dirigentes entre os grandes grupos económicos e o aparelho de Estado".