Diretora-geral das Artes demitida por “perda de confiança política”

Diretora-geral das Artes demitida por “perda de confiança política”


Ministério da Cultura liderado por Luís Filipe Castro Mendes diz ter “tomado conhecimento de factos que tornam incompatível a manutenção de Paula Varanda no cargo”.


"O Ministério da Cultura tomou a decisão de determinar a cessação de funções da Diretora da Direção-Geral das Artes, Paula Varanda, por perda de confiança política. O Ministério da Cultura tomou conhecimento de factos que tornam incompatível a manutenção de Paula Varanda no cargo de Diretora-Geral das Artes", refere comunicado do Ministério.

De acordo com o Público, em causa está a ligação de Paula Varanda à Dansul – Dança para a Comunidade no Sudeste Alentejano, uma associação fundada em 2001, e sediada em Mértola, de que não terá deixado de ser directora artística mesmo após a sua entrada em funções na DGArtes. A Dansul é  financiada pela DGArtes, o que coloca Paula Varanda num quadro de ilegalidade. Tanto Castro Mendes como o secretário de Estado, Miguel Honrado, foram surpreendidos por uma investigação do programa Sexta às Nove, da RTP, que será revelada esta noite. 

"Todos os trabalhos em curso sob responsabilidade da Direção-Geral das Artes deverão decorrer dentro da normalidade e dos prazos previstos", lê-se também. Esta decisão é tomoada após toda a polémica sobre o Programa de Apoio Sustentado às Artes 2018-2021, que este ano aplicou um novo modelo de financiamento.

A comunidade artística reagiu em peso com fortes críticas. Os resultados finaispara as Artes Visuais, Circo, Música e Cruzamentos Disciplinares já são conhecidos, faltando agora serem revelados os do teatro.

No comunicado, o Ministério da Cultura refere ainda que "solicitará à CReSAP a abertura de um novo concurso para o cargo". Paula Varanda, especialista em dança, exercia as funções de diretora-geral das Artes desde 1 de junho de 2016.

Convidada para o cargo por Miguel Honrado, secretário de estado da Cultura, na altura da sua nomeação Paula Varandas afirmou então à Lusa que recebeu o convite "com surpresa, mas com muito agrado". Na altura, disse ainda que esperava "encontrar uma forma de fazer crescer um bocadinho o roçamento de apoio ao sector independente das artes".