FMI. Previsão para maior crescimento este ano e abrandamento em 2019

FMI. Previsão para maior crescimento este ano e abrandamento em 2019


Fundo aponta para subida de 2,4% do PIB de Portugal em 2018, a par da zona euro. Países menos avançados e guerra comercial preocupam


O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu a previsão de crescimento da economia portuguesa para este ano de 2,2% para 2,4%. A nova previsão divulgada ontem no “World Economic Outlook” (WEO) – relatório com previsões económicas mundiais – fica acima do estimado pelo governo: 2,3%, de acordo com o o Programa de Estabilidade (PE) 2018-2022 entregue ao parlamento na sexta-feira.

O mesmo programa prevê que, no próximo ano, a economia mantenha esta crescimento, mas o WEO aponta para uma melhora do PIB português de 1,8%.

No que diz respeito ao desemprego, o FMI aponta que a taxa desça para os 7,3% este ano e 6,7% no próximo. A previsão do executivo é uma diminuição para 7,6% este ano e para 7,2% no próximo. Mas ao contrário do executivo, a instituição liderada por Christine Lagarde prevê que haja um excedente de 0,2% do PIB no saldo da balança corrente – que mede os pagamentos e recebimentos do estrangeiro – este ano e um défice de 0,1% do PIB em 2019. O PE prevê que o excedente da balança corrente cresça para 0,7% do PIB este ano, mantendo-se nesse valor até 2020.

O WEO prevê uma dinâmica semelhante mas um pouco menos acentuada para o PIB da zona euro. Para os países que partilham a moeda única, o FMI melhorou em 0,2%, em relação a janeiro, a estimativa de crescimento económico. A expetativa é uma subida de 2,4% em 2018 mas, para o próximo ano, a estimativa mantêm-se em 2%.

O FMI afirma que as novas previsões refletem uma procura interna “mais forte do que o esperado” em toda a zona da moeda única e melhores perspetivas de procura externa.

Entre os 19 Estados da área do euro, Portugal é, de acordo com o WEO, o quinto país a crescer menos. Itália e Bélgica, com 1,5% e 1,9%, são os países com as perspetivas mais baixas, seguidos da Grécia, com 2%, e França, com 2,1%. “Na zona euro, vários países já esgotaram a sua margem orçamental e devem apostar numa consolidação gradual de uma forma ‘amiga do crescimento’”, defende o FMI.

Maior crescimento desde 2011

Para a economia global, a estimativa do WEO é uma melhoria para 3,9% este ano e no próximo, mais uma décima que em 2017, ano em que o mundo teve o maior crescimento desde 2011.

“O crescimento mundial deve aumentar 3,9% este ano e no próximo, apoiado por um fôlego forte e pelo sentimento favorável nos mercados”, diz o WEO, ao mesmo tempo que alerta para a falta de garantias de que a aceleração se mantenha.

“As perspetivas continuam favoráveis na Ásia emergente e na Europa, mas são desafiantes na América Latina, Médio Oriente e África subsariana”, sustenta o FMI, lembrando que estas economias continuam dependentes das commodities, pelo que tem de haver diversificação.

Outra das preocupações do FMI para a economia mundial é uma guerra comercial, que pode “minar a confiança e fazer descarrilar o crescimento global de forma prematura”. Daí que a instituição deixe uma mensagem para o mundo: “Fomentar a cooperação (…) e a preservação de um sistema comercial aberto e multilateral.”