Défice de 0,7% só depois de 2023

Défice de 0,7% só depois de 2023


O FMI prevê que o défice de Portugal seja de 1% este ano e que só haja um excedente orçamental a partir de 2023. Para a dívida pública, a previsão é que redução da dívida pública seja a mais forte da zona euro nos próximos seis anos.


No 'Fiscal Monitor', relatório com as previsões orçamentais do mundo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou ligeiramente a previsão para o défice orçamental de Portugal de 1,1% em fevereiro para 1% do Produto Interno Bruto (PIB).

Ainda assim a previsão é superior aos 0,7% previstos pelo Governo no Programa de Estabilidade (PE) entregue na Assembleia da República na sexta-feira. De acordo com o FMI, Portugal só deverá atingir depois de 2023.

Até lá, as estimativas do No 'Fiscal Monitor' são que Portugal tenha um défice orçamental de 0,9% em 2019, de 0,8% em 2020, de 0,7% em 2021 e de 0,6% em 2022 e em 2023.

No PE, o Governo compromete-se com um défice orçamental de 0,2% do PI já em 2019 e a partir daí são esperados excedentes orçamentais de 0,7% do PIB em 2020, 1,4% em 2021 e 1,3% em 2022.

As projeções referentes a Portugal baseiam-se no Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) e foram "ajustadas para refletir as previsões macroeconómicas" do Fundo, que tem como base um cenário de políticas invariantes para os próximos anos.

A previsão do FMI para o saldo primário, que exclui os encargos com a dívida pública é de 2,3% em 2018 e em 2019, 2,2% em 2020 e em 2021 e 2,1% em 2022.

Sobre a dívida pública, o relatório prevê que Portugal consiga uma redução da dívida de 125,6% do PIB em 2017 para 104,7% em 2023. No PE o Executivo prevê uma redução para 122,2% em 2018, para 118,4% em 2019, para 114,9% em 2020, para 107,3% em 2021 e para 102% em 2022

A redução da dívida pública em 20,9% do PIB prevista pelo FMI é a mais forte entre os países da zona euro. Atrás ficam a Grécia, que tem um corte previsto de 181,9% para 165,1% do PIB e a Itália, com uma diminuição estimada de 131,5% em 2017 para 116,6% em 2023.

Nesse ano serão estes os únicos três países que partilham a moeda única com a dívida pública superior a 100% do PIB. A seguir ficam a Bélgica (com 93%), Espanha (90,9%) e França (com 89%).

Nas estimativas do FMI, e entre os 19 países da moeda única, Portugal é o que mais vai reduzir a dívida pública até 2023. Atrás ficam a Grécia, que tem um corte previsto de 16,8 pontos (de 181,9% para 165,1% do PIB), e a Itália, com uma diminuição estimada de 14,9 pontos percentuais (de 131,5% em 2017 para 116,6% em 2023).

No ano passado, Portugal era o terceiro país da zona euro com o maior nível de dívida pública, apenas atrás de Itália e da Grécia, mas mesmo com ritmos de redução superiores, vai permanecer neste lugar até 2023.