O Supremo Tribunal Federal do Brasil analisa hoje o pedido de abertura de uma ação penal contra o senador Aécio Neves, candidato derrotado por Dilma Rousseff nas últimas presidenciais brasileiras. O senador e mais três pessoas foram denunciadas pelo empresário Joesley Batista na sua "delação premiada".
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, voltou a recomendar hoje que Aécio Neves seja mesmo julgado por corrupção passiva, bem como a irmã Andrea Neves, o primo Frederico Pacheco e Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perella.
De acordo com a denúncia, apresentada há dez meses, Aécio Neves solicitou a Joesley Batista, numa conversa que foi gravada pela Polícia Federal, um suborno de dois milhões de reais (473 mil euros) para agir politicamente a favor do empresário, multimilionário sócio de uma das maiores empresas de agropecuária do mundo, a JBS.
O então procurador Rodrigo Janot acusou o antigo governador de Minas Gerais e antigo presidente da Câmara dos Deputados do Brasil de corrupção passiva e tentativa de obstrução da justiça.
"Tal conduta caracteriza o denominado ato de ofício em potencial, desde que presentes as demais elementares do tipo penal do crime de corrupção. Essas conclusões fáticas bastam para enquadrar a conduta de Aécio Neves e dos demais acusados no crime de corrupção passiva", escreve a procuradora.
Aécio Neves já foi afastado do Senado do Brasil por duas vezes ao longo deste processo, em maio e setembro do ano passado, tendo voltado ao exercício do mandato para que foi eleito em outubro.