Catalunha – da demagogia ao egoísmo político


O que os movimentos radicais e independentistas não conseguem apreender é que põem constantemente em causa o projeto europeu, ou não será esse o seu objetivo.


No passado dia 26 de março concentravam-se em frente ao consulado de Espanha, em Lisboa, um grupo de manifestantes exigindo a liberdade dos “presos políticos” da Catalunha, parecendo então que a vaga independentista já vai tendo os primeiros contágios em solo nacional. Seguiram-se, naturalmente, apelos radicais de amnistia aos “independentistas” e a culpabilização do governo espanhol, que nada fez senão cumprir a lei. Segue-se ainda o manifesto pela liberdade dos “presos políticos”, subscrito por elementos de todos os partidos representados na Assembleia da República menos o PP, pela natural solidariedade para com o governo de Rajoy, e, claro, com bloquistas e comunistas na maioria. 

Escreveu José Soeiro (deputado do Bloco de Esquerda) ao “Expresso”: “O autoritarismo do governo e a sanha punitiva do Supremo Tribunal não têm tido limites.” Pergunta-se: para que nos serve a lei? E não, não é a este tipo de “autodeterminação dos povos” que a nossa Constituição se refere.

O que os movimentos radicais e independentistas não conseguem apreender é que põem constantemente em causa o projeto europeu, ou não será esse o seu objetivo.

O problema dos independentistas e da demagogia mobilizadora de massas que com eles acarretam é advir primeiramente da utilização do fator “autodeterminação” para uma facilitada mobilização de massas quando nada disso está em causa, bem como da não disposição para qualquer tipo de diálogo ou absorção de ideias para o bem maior. É absurdo para quem acredita num Estado de direito, como é o espanhol, que o egoísmo de uma região que já tem a sua autonomia crie uma guerra destas dimensões não contra Madrid, mas contra toda a União Europeia.

Se o governo espanhol tem a infelicidade de proclamar a total independência do Estado catalão, deparar-nos-emos com uma crise independentista, com a possível ressurreição da ETA ou outro movimento separatista no norte de Espanha, e não só, pela Europa fora. Como o contágio rapidamente se espalha, teremos por cá quem queira forçosamente proclamar a independência do Algarve ou das já regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Estes presos de que tanto se fala, e que são acusados de rebelião, apenas quiseram ficar na História pelos maus motivos, pelo seu egoísmo político, nada mais. A lei é soberana, respeite-se.

Parecendo que nada aprenderam com o Brexit, o caminho é a união dos povos e não o seu isolamento.


Catalunha – da demagogia ao egoísmo político


O que os movimentos radicais e independentistas não conseguem apreender é que põem constantemente em causa o projeto europeu, ou não será esse o seu objetivo.


No passado dia 26 de março concentravam-se em frente ao consulado de Espanha, em Lisboa, um grupo de manifestantes exigindo a liberdade dos “presos políticos” da Catalunha, parecendo então que a vaga independentista já vai tendo os primeiros contágios em solo nacional. Seguiram-se, naturalmente, apelos radicais de amnistia aos “independentistas” e a culpabilização do governo espanhol, que nada fez senão cumprir a lei. Segue-se ainda o manifesto pela liberdade dos “presos políticos”, subscrito por elementos de todos os partidos representados na Assembleia da República menos o PP, pela natural solidariedade para com o governo de Rajoy, e, claro, com bloquistas e comunistas na maioria. 

Escreveu José Soeiro (deputado do Bloco de Esquerda) ao “Expresso”: “O autoritarismo do governo e a sanha punitiva do Supremo Tribunal não têm tido limites.” Pergunta-se: para que nos serve a lei? E não, não é a este tipo de “autodeterminação dos povos” que a nossa Constituição se refere.

O que os movimentos radicais e independentistas não conseguem apreender é que põem constantemente em causa o projeto europeu, ou não será esse o seu objetivo.

O problema dos independentistas e da demagogia mobilizadora de massas que com eles acarretam é advir primeiramente da utilização do fator “autodeterminação” para uma facilitada mobilização de massas quando nada disso está em causa, bem como da não disposição para qualquer tipo de diálogo ou absorção de ideias para o bem maior. É absurdo para quem acredita num Estado de direito, como é o espanhol, que o egoísmo de uma região que já tem a sua autonomia crie uma guerra destas dimensões não contra Madrid, mas contra toda a União Europeia.

Se o governo espanhol tem a infelicidade de proclamar a total independência do Estado catalão, deparar-nos-emos com uma crise independentista, com a possível ressurreição da ETA ou outro movimento separatista no norte de Espanha, e não só, pela Europa fora. Como o contágio rapidamente se espalha, teremos por cá quem queira forçosamente proclamar a independência do Algarve ou das já regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Estes presos de que tanto se fala, e que são acusados de rebelião, apenas quiseram ficar na História pelos maus motivos, pelo seu egoísmo político, nada mais. A lei é soberana, respeite-se.

Parecendo que nada aprenderam com o Brexit, o caminho é a união dos povos e não o seu isolamento.