Açúcar escondido com rabo de fora


Esta historieta é bem demonstrativa do poder do dinheiro, mesmo face a uma questão de saúde pública


O Ministério da Saúde lançou a campanha televisiva “Açúcar escondido” alertando para a quantidade de açúcar que ingerimos em produtos alimentares. O anúncio, esteticamente inspirado na “Última Ceia”, mostra diferentes personagens em ambiente familiar a servir-se de produtos correntes (sem referência a marcas) – ketchup, refrigerantes ou cereais – revelando, um a um, o nível de açúcar que contém.

Segundo a jornalista Rita Ferreira do “Observador”, a campanha começou no dia 23 de Fevereiro, teve direito a protocolo assinado no Palácio da Rocha do Conde d’Óbidos com a presença do secretário de Estado da Saúde e representantes da RTP, SIC, TVI e Porto Canal, mas no dia 26 o anúncio foi retirada do ar. Fonte oficial declarou: “O Ministério da Saúde foi informado pelas estações de televisão de que clientes do espaço publicitário se terão manifestado desagradados relativamente ao facto de alguns produtos apresentados nesta campanha poderem, no limite, remeter para gamas e marcas específicas”. A Unilever (Calvé), a Sumol/Compal e a Nestlé (Cheerios) contestam a campanha por entenderem que os produtos exibidos apresentavam semelhanças com as marcas que comercializam.

Entretanto o anúncio foi refeito com os produtos desfocados e voltou a ser emitido pelas televisões. Mas porque razão não se poderia mostrar as marcas? Não se contesta que uma lata de Sumol possa conter o equivalente a 6 pacotes de açúcar, mas que a lata se possa assemelhar à marca Sumol prejudicando a sua concorrência com os demais fabricantes.

Esta historieta é bem demonstrativa do poder do dinheiro, mesmo face a uma questão de saúde pública. Perante a ameaça de retaliações financeiras, todas as televisões (mesmo a pública) retiraram do ar um anúncio que haviam acordado com o Ministério da Saúde. Não se contesta que a informação fosse falsa, mas que prejudicava as empresas. Ou seja, o que esta historieta nos revela é que o poder financeiro pode conseguir esconder e alterar informações verdadeiras emitidas pelo Estado, mesmo quando são matérias que dizem respeito à saúde de todos. 

Escreve à segunda-feira


Açúcar escondido com rabo de fora


Esta historieta é bem demonstrativa do poder do dinheiro, mesmo face a uma questão de saúde pública


O Ministério da Saúde lançou a campanha televisiva “Açúcar escondido” alertando para a quantidade de açúcar que ingerimos em produtos alimentares. O anúncio, esteticamente inspirado na “Última Ceia”, mostra diferentes personagens em ambiente familiar a servir-se de produtos correntes (sem referência a marcas) – ketchup, refrigerantes ou cereais – revelando, um a um, o nível de açúcar que contém.

Segundo a jornalista Rita Ferreira do “Observador”, a campanha começou no dia 23 de Fevereiro, teve direito a protocolo assinado no Palácio da Rocha do Conde d’Óbidos com a presença do secretário de Estado da Saúde e representantes da RTP, SIC, TVI e Porto Canal, mas no dia 26 o anúncio foi retirada do ar. Fonte oficial declarou: “O Ministério da Saúde foi informado pelas estações de televisão de que clientes do espaço publicitário se terão manifestado desagradados relativamente ao facto de alguns produtos apresentados nesta campanha poderem, no limite, remeter para gamas e marcas específicas”. A Unilever (Calvé), a Sumol/Compal e a Nestlé (Cheerios) contestam a campanha por entenderem que os produtos exibidos apresentavam semelhanças com as marcas que comercializam.

Entretanto o anúncio foi refeito com os produtos desfocados e voltou a ser emitido pelas televisões. Mas porque razão não se poderia mostrar as marcas? Não se contesta que uma lata de Sumol possa conter o equivalente a 6 pacotes de açúcar, mas que a lata se possa assemelhar à marca Sumol prejudicando a sua concorrência com os demais fabricantes.

Esta historieta é bem demonstrativa do poder do dinheiro, mesmo face a uma questão de saúde pública. Perante a ameaça de retaliações financeiras, todas as televisões (mesmo a pública) retiraram do ar um anúncio que haviam acordado com o Ministério da Saúde. Não se contesta que a informação fosse falsa, mas que prejudicava as empresas. Ou seja, o que esta historieta nos revela é que o poder financeiro pode conseguir esconder e alterar informações verdadeiras emitidas pelo Estado, mesmo quando são matérias que dizem respeito à saúde de todos. 

Escreve à segunda-feira