O que esperar do… “Encontro do Ano”

O que esperar do… “Encontro do Ano”


É pena que os Simpsons não tenham feito nenhuma animação sobre este encontro, pois se tal tivesse acontecido, saberíamos que o génio do marketing Trump tudo faria para que mais uma vez aparecesse uma foto “tal e qual” a da animação. É engraçado como esta estratégia está a enganar meio mundo e, realmente, os criadores…


Como é do conhecimento público, os “homens-foguete” desta vida irão encontrar-se em meados de maio. Até lá é provável que não haja mais ensaios nucleares, bem como demonstrações de quem tem um ego maior. Entretanto, fica o mundo em suspenso. Então, o que esperar? 

O primeiro cenário possível será o de, fruto dos feitios semelhantes de ambos, bem jovens e cheios de testosterona, naquele momento espoletarem uma nova guerra do Pacífico, bem como o agravamento das sanções desde já mantidas, e de Trump perceber o quão pequeno é o poderio de Kim Jong-un, ou não será este o maior bluff da história, saindo logo na primeira conferência de imprensa apenas admitindo uma invasão total da nação norte-coreana, com Kim, por sua vez, a não querer ficar na mó de baixo e começando a lançar foguetes mal Trump saia do território norte-coreano, ou mesmo a ter uma atitude do séc. xiv fazendo do líder adversário refém – cenário pouco provável.

Outro cenário, e até um pouco caricato, é o da provável possibilidade de os dois se tornarem best friends forever, advindo daí uma perigosíssima amizade, fruto da instabilidade destes dois grandes e poderosos bebés. Deste cenário também advirá uma possível desnuclearização da Coreia do Norte, sendo sempre pouco provável uma unificação de ambas as Coreias face ao desnível cultural, educacional e político entre elas, mas o início de conversações nunca será visto com maus olhos. O que não se compreende é que Pyongyang tenha aceitado suspender os ensaios nucleares até ao dito encontro, mas que Washington não tenha prescindido dos exercícios militares que decorrerão na Coreia do Sul.

E, last but not least, a possibilidade de permanecer tudo como está neste preciso momento, ou melhor, como tem estado desde que Trump tomou posse: ameaças atrás de ameaças, que também não é bom para ninguém – e quando nos referimos a ninguém referimo-nos a toda a humanidade, pois o que se passou até agora não foi exemplo para nenhum político, muito menos para quem esteja no poder de qualquer nação, não só pela constante instabilidade mas também pelo desperdício de verbas em enormes e perigosos foguetes. Outro título que esta peça poderia ter seria o de “Dois Homens – Uma Sentença”.

Escreve à terça-feira