Reutilização de resíduos pode criar 1300 novos empregos em Portugal

Reutilização de resíduos pode criar 1300 novos empregos em Portugal


As conclusões são do estudo “Sinergias Circulares: Desafios para Portugal”, realizado pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável.


Se os resíduos não urbanos fossem transacionados entre empresas e reaproveitados como matérias-primas seria possível contribuir com 32 milhões de euros para a economia nacional e criar 1300 novos empregos. Estas são algumas das conclusões do estudo “Sinergias Circulares: Desafios para Portugal”, realizado pelo Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, que analisou dados nacionais de 32 empresas.

No total, as empresas avaliadas no estudo produzem cerca de 8,3 milhões de toneladas de 267 resíduos diferentes. Atualmente, 57% dos resíduos produzidos por estas empresas são eliminados e apenas 43% são valorizados. De acordo com o estudo, uma parte dos resíduos eliminados pode ser utilizada como matérias-primas noutras indústrias, evitando a extração de materiais virgens e a eliminação em aterros.

O estudo identifica alguns exemplos e refere que os resíduos biodegradáveis podem ser usados na produção de fertilizantes para jardins e agricultura, as cinzas podem ser encaminhadas para a construção de edifícios ou de asfaltos, as lamas para a indústria do papel e os solventes podem ser utilizados na produção de tintas e combustíveis alternativos.

“Com este estudo evidenciamos que existe um potencial económico e social associado às práticas de economia circular. Faz todo o sentido desenvolver todos os esforços políticos e empresariais para escalar esta potencialidade. É fundamental continuar a dinamizar o tema da economia circular em Portugal, fomentar o investimento nesta área e promover um diálogo constante entre a administração pública e as empresas de forma a conseguirmos, em conjunto, acelerar a identificação de soluções tecnológicas e de mercado que possam alavancar os projetos existentes e despoletar novos projetos”, afirma Sofia Santos, Secretária Geral do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável.

Segundo o estudo, muitas das transações de resíduos não acontecem devido à falta de informação, à ausência de capacidade técnica e tecnológica, aos custos associados, à burocracia e às barreiras legislativas. Por isso, para acelerar a passagem para uma economia circular no setor industrial, a instituição sugere mudar a regulamentação para facilitar a transação de resíduos, promover as compras ecológicas, facilitar as condições fiscais e de financiamento ou promover as plataformas colectivas para gestão de recursos.