A Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) defende a criação de um Plano Marshall para todo o interior. “A reconstrução não é meramente a reconstrução de casas, vai muito para além disso. Se esta já era uma região empobrecida, pior ficou”, refere a presidente da AVIPG, Nádia Piazza.
A responsável faz uma analogia com o Programa de Recuperação Europeia pós-Segunda Guerra Mundial, tendo em conta a mudança estrutural que aponta como necessária para aquela zona do país. “A interioridade é um tema que voltou à baila e precisamos, de facto, de um Plano Marshall para esta região.”
Para Piazza, o Programa de Revitalização do Pinhal Interior não é suficiente. “É bem concebido, mas é um plano muito baseado em projetos-piloto. Nós temos de dar o salto – testar o que for de testar, experimentar o que for de experimentar – e rapidamente retirar conclusões”, referiu. O plano para o interior, segundo a dirigente, tem de abranger toda uma região, sem se focar apenas no pinhal interior. “Tem de ser algo parecido com aquilo que foi o Plano Marshall, com bastante fôlego e vontade e consenso político; caso contrário, não é de quatro em quatro anos que se lança outro programa”, acrescentou.