O jogo de sexta-feira no Estádio do Dragão adivinhava-se fatal para o Sporting – e foi. Os leões arriscavam–se a regressar do Porto com uma distância de oito pontos para o líder – e regressaram mesmo.
Descontando isso, o jogo foi completamente diferente do que se previa. Em face das últimas exibições das duas equipas, esperava-se um Porto dominador, avassalador mesmo, e um Sporting tímido, receoso, procurando resistir o melhor possível ao ascendente portista.
Esperava-se um Porto imperial, convicto da sua superioridade, e um Sporting sofredor, acantonado no seu meio–campo, procurando disfarçar as debilidades.
Até porque os impedimentos de jogadores, por lesão ou por castigo, penalizavam muito mais a equipa de Jesus. É certo que o Porto não podia contar com Ricardo Pereira, Danilo e Tiquinho Soares – mas as ausências de Gelson Martins e Bas Dost eram mais difíceis de resolver. Como se tem visto, o Porto supera muito melhor as contrariedades, mostrando que a conversa do “plantel curto” era um mito e uma balela para enganar os ingénuos.
A prova está à vista: Ricardo Pereira lesionou-se e entrou Maxi Pereira; Danilo lesionou-se e entrou Sérgio Oliveira; Aboubakar lesionou-se e entrou Soares. E alguém deu pelas ausências? O Porto até se entregou ao luxo, esta época, de ter Casillas no banco e de mandar embora Laiún porque tinha lá um tal Dalot para render Alex Telles.
Quem tinha um plantel curto era o Sporting. Podence lesionou-se e não se encontrou ninguém com as suas características; Gelson Martins foi castigado e não houve ninguém para o substituir; Bas Dost magoou-se e não se descobriu outro goleador. E a equipa caiu a pique, perdendo pontos decisivos em Setúbal e no Estoril.
Mesmo assim, com todas as suas limitações, o Sporting surpreendeu tudo e todos no Dragão – e não merecia sair de lá vencido. Jogou, criou oportunidades, subjugou o Porto em vátios períodos e acabou o jogo dominador, encostando o adversário às cordas. Quem se vira jogar assim no Dragão para o campeonato?
Jorge Jesus, que há cinco anos tinha caído de joelhos naquele estádio após um golo de Kelvin, desta vez caiu de pé.
Nesta época, o Sporting já fizera três jogos com o FC Porto, empatando dois e perdendo um por 1-0. Ora, este foi aquele em que jogou melhor – e perdeu 2-1. É assim o futebol, como diria La Palice. Agora, o Sporting joga para o 2.o lugar. E, nessa medida, o desafio de Alvalade contra o Benfica passa a ser de vida ou de morte para os leões. Perdido o campeonato, salve-se a hipótese de acesso à Champions que o 2.o lugar ainda dá.
Para o Benfica, pelo contrário, o jogo do ano será o embate contra o Porto no Estádio da Luz. Já só faltam nove jornadas para o fim do campeonato mas – como se vê – ainda há muita coisa para decidir no topo da tabela. Onde o Braga também tem uma palavra a dizer…