Um jantar em Lisboa para ajudar Ghouta Oriental

Um jantar em Lisboa para ajudar Ghouta Oriental


O dinheiro recolhido reverterá para os Capacetes Brancos, que têm estado no meio de polémica


O massacre de civis em Ghouta, na Síria, tem comovido o mundo. Por cá não é diferente e a mais recente manifestação pública é um “Jantar de apoio a Ghouta Oriental” que está a ser organizado pelo Mezze by Pão e Pão, um espaço de encontro multicultural para a integração de refugiados do Médio Oriente. O jantar será na próxima segunda-feira, 5 de março, pelas 19h. 

“Quando há bombas a cair nas zonas cercadas, um grupo de voluntários arrisca a vida para tentar encontrar vida entre os escombros. A Força Civil Síria – mais conhecida como Capacetes Brancos – é formada por professores, engenheiros, bombeiros, alfaiates, estudantes”. É este o ponto de partida para o espaço cultural demonstrar a solidariedade para com uma organização, dizem, que “ao longo dos sete anos de guerra já salvou quase 100 mil pessoas” e que agora voltaram a “dar tudo pela população de Ghouta”.

“É uma tragédia o que se está a passar lá [em Ghouta] e o que pudermos fazer, algum gesto, faremos”, disse ao i Francisca Goulão Henriques, uma das organizadores da iniciativa. “Este jantar é assim uma forma de dar uma resposta a quem sente que precisa de ajudar”. 

Goulão Henriques adianta que o dinheiro recolhido com o jantar reverterá a favor dos Capacetes Brancos sírios. Estes, segundo a organização, precisam de “extintores, cordas, capacetes, máscaras de gás, desfibriladores” para continuarem a desempenhar o seu trabalho.

Criados em 2013, os Capacetes Brancos têm estado no meio de uma guerra de informação e contrainformação. Por um lado, são vistos como organização de direitos humanos que realiza salvamentos entre balas e os destroços sírios e, por outro, como uma organização terrorista financiada com milhões de dólares pelos Estados Unidos, Reino Unido e Europa, com acusações de fabricar filmagens e fotografias e de combaterem ativamente contra o regime de Bashar Al-Assad, inclusive empunhando armas, mesmo apresentando-se como associação humanitária.