Desaparecida desde agosto de 2017 e mais de seis meses de investigação policial, o corpo de Maëlys Araújo, lusofrancesa de 9 anos, foi ontem encontrado no Maciço de Chartreuse, a uma hora de distância de Pont-de-Bonvoisin, França, onde foi vista pela última vez com vida.
O procurador Jean-Yves Coquillat confirmou, em conferência de imprensa, que as autoridades conseguiram localizar, apesar da neve, os seus restos mortais, entre os quais o crânio e uma ossada.
No desenrolar da investigação policial foi encontrado sangue no porta bagagens do automóvel de Nordhal Lelandais, ex-militar de 34 anos e um dos principais suspeitos. Detido desde 31 de agosto em prisão preventiva, o suspeito só decidiu colaborar o suspeito decidiu colaborar com os juízes de instrução e confessar o crime nos últimos dias. Às autoridades, o indivíduo disse que o ato foi “involuntário”.
Após o homicídio, o ex-militar escondeu o corpo e voltou rapidamente para o casamento, mantendo a compostura. Mais tarde, voltou ao local para o esconder novamente, mas já noutro local. A forma como matou a menina ainda é uma incógnita, visto Lelandais ter dito que só depois de o corpo ser encontrado é que explicaria como.
De seguida, aceitou levar a polícia até ao local onde deixou pela última vez o corpo da menina, apesar de dizer já não se lembrar onde concretamente.
Na manhã de ontem, as autoridades escoltaram o confesso homicida por vários locais, tentando fazer com que se lembrasse onde tinha deixado o corpo de Maëlys. Com equipas especializadas em buscas de montanha e unidades cinotécnicas, as autoridades mantiveram-se por uma hora em Domessin, mais especificamente num campo aberto em frente a uma das casas da família do suspeito. Ao mesmo tempo, operações forenses eram realizadas num lago nas redondezas onde a criança foi vista pela última vez. Por fim, o corpo foi encontrado em Chartreuse.
A lusodescendente desapareeu na noite de 26 para 27 de agosto enquanto participava com a sua família num casamento em Pont-de-Beauvoisin. Com o alerta da mãe, a polícia deslocou-se ao local e montou uma operação de busca e salvamento, ao mesmo tempo que os 180 convidados prestavam depoimentos.
Entre os suspeitos das autoridades encontravam-se dois homens: Lelandais e um de 24 anos, que trabalhava nas redondezas. Este último foi detido, mas dois dias depois libertado por não existirem provas concretas. Já Lelandais disse às autoridades que nunca se tinha ausentado da festa, mas os depoimentos de outros convidados afirmavam contrário, além de que o tinha feito por volta da hora em que a menina tinha desaparecido. Daí até um mandato para revistarem o seu carro foi um pequeno passo. Agora, resta saber como tudo aconteceu.