Esta recomendação, como também então foi dito, vem na sequência da exortação do Papa Francisco na encíclica “Amoris Laetitia”. Numa tradução livre e à letra, trata-se de uma exortação ao amor ou à alegria do amor. É também do conhecimento público que o Papa Francisco tem vindo abordar temas complexos dentro da Igreja Católica, retirando a muitos deles (ou procurando retirar…) a carga dogmática, alicerçada na “tradição” que constitui a pedra angular da doutrina teológica da Igreja.
O Papa Francisco não é um doutor da Igreja (não faz parte da galeria doutrinária, como São Tomás de Aquino, Santo Agostinho e muitos outros, como provavelmente o Papa Bento xvi pretenderia ser). O Papa Francisco, ao divulgar a encíclica “Amoris Laetitia”, sabia que estaria a abrir uma caixa de Pandora. E cá estamos! Aí está a confusão!
Não nos metemos na dogmática católica nem na teologia católica mas, como diz D. Ilídio Leandro (bispo de Viseu), “O casamento é um sacramento e as relações sexuais são um bem” (“Público”, 9.02.2018).
Sejamos claros, as normas religiosas são para pessoas de carne e osso que procuram a vida, procuram a felicidade e procuram o amor como suporte das suas vidas. Isto é um princípio de todo o ser humano, um direito natural.
Mas não é aceitável que se exija a um casal que se ama e cuja relação conjugal anterior correu mal que entre em negação do amor e, por exemplo, que tenha de optar entre ter filhos e não ter filhos para poder continuar a ter acesso aos sacramentos religiosos.
Exigir a um casal católico, que encontrou o amor na nova relação, que não pratique o amor físico durante anos e anos é colocá-lo no caminho da mentira na confissão, da mentira perante a comunidade.
Institucionalizar a mentira dentro da Igreja não será, por certo, a intenção do Papa Francisco ao promover a encíclica “Amoris Laetitia”.
Escreve à terça-feira