António Campos. “Uma parte da minha fortuna foi gasta na política”

António Campos. “Uma parte da minha fortuna foi gasta na política”


Fundador do PS não acredita que a geringonça sobreviva a esta legislatura. Elogia Costa, mas critica falta de estratégia para o interior do país


António Campos foi fundador do Partido Socialista e responsável pela organização do partido durante mais de dez anos. Foi deputado na Assembleia da República e integrou os governos liderados por Mário Soares. Foi também deputado no Parlamento Europeu

António Campos regressou a Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, quando abandonou a política ativa. Voltou para a casa onde cresceu, numa família abastada e republicana, e promete continuar a bater-se para que os políticos não ignorem o interior do país. Fala de Soares, Sócrates e António Costa, e tem dúvidas de que a geringonça sobreviva a esta legislatura. 

Voltou para a terra onde nasceu…

Vivi no Estoril durante 40 anos, mas resolvi voltar para a casa de família.

Isso quando deixou a política?

Sim. Foi há mais de 15 anos. Em 2005. Foi quando abandonei a política. Decidi fazer um retorno à origem. Eu sou um homem da natureza, isto encanta-me e, apesar da idade, tenho aqui uma certa atividade. Tenho um centro de investigação. É o único que existe no interior. Há 40 jovens, a maior parte doutorados, que trabalham a bioeconomia do território. Cheguei aqui, isto era um deserto, e não podia ficar parado. Sou o maior produtor a nível nacional de uma coisa que se chama maçã Bravo de Esmolfe, que é a melhor a nível nacional. Tenho também a vantagem de ter aqui um filho, que é engenheiro agrónomo e vive aqui ao lado. Tenho a companhia dele e isso foi um euromilhões que me saiu.

Não ficou, a certa altura, com saudades da política?

Não, porque a política, para mim, são causas, e eu arranjei outras causas pelas quais me tenho batido violentamente. 

Os partidos, hoje, são muito diferente daquilo que eram?

Hoje, as causas não existem. Eu vivo esta causa do interior. É uma tragédia ter metade do país a desenvolver-se e a outra metade a desaparecer e a empobrecer. Vejo o governo a reclamar todos os dias em Bruxelas a coesão e todos os dias a fazer discriminação em Portugal. Não foi só este, mas este governo é igual. Não há nenhuma diferença. Os partidos políticos estão afastados das grandes causas. Eu estive aí com uns deputados do PS, há uns tempos fui almoçar na Assembleia da República… Falta-lhes esse amor às causas. Na minha opinião, a causa nacional número 1, neste momento, é o interior do país. Quarenta e quatro concelhos estão reduzidos a cinzas e não existe uma estratégia. A estratégia é dar apoios depois do desastre que aconteceu mas, se não houver repovoamento, se não houver reestruturação fundiária para poder instalar a agricultura e para poder instalar jovens… Devia haver a sensibilidade a nível nacional de que o desenvolvimento do país não pode ser só concentrado à beira-mar. Ou existe uma aposta em todo o país ou, daqui a dez anos, vamos voltar a ter o desastre que tivemos e volta a arder isto tudo. Isto era previsível. Eu e o meu filho apagámos aqui o incêndio, não o deixei entrar nos pomares porque foi travado por uma bordadura de carvalhos. Não é a discutir a Proteção Civil e os bombeiros que isto se resolve. Não é a discutir se foi fogo posto ou não foi fogo posto. Os maiores incendiários são aqueles que protegem a floresta que é amiga do fogo. Isto tem sido uma bagunça total. Não há ordenamento do território.

Qual é a ligação que tem atualmente ao Partido Socialista?

Sou fundador do partido e continuo socialista. Continuo a lutar por causas que acho que são importantes. Farto-me de protestar porque, neste momento, a minha causa é resolver os problemas do interior. Costumo dizer que o PS nasceu aqui, em Oliveira do Hospital, porque a Maria de Jesus [Barroso] e o Salgado Zenha queriam impedir que a Ação Socialista se transformasse num partido político. Ela, por amor, e ele, por estratégia. Fizeram uma reunião em Lisboa e votaram contra a fundação do partido. Eu tive de fazer uma reunião clandestina aqui, em Oliveira do Hospital, com 50 socialistas e votámos a favor de criar o partido. Infelizmente não estive na Alemanha porque, no dia em que o Maia Cadete estava aqui a distribuir os bilhetes, um dos meus filhos teve um acidente muito grave. Felizmente, salvou-se com saúde. O motorista foi levá-lo ao colégio e deixou-o sair do carro pelo lado contrário. Veio um tipo com uma mota e quase que o matou. A formação do partido é, por isso, uma data que está associada a essa aflição grande que vivi. 

Foi sempre do PS?

Fui. Ao contrário de muitos socialistas, nunca estive ligado ao Partido Comunista. Fui convidado mil vezes. O Afonso Costa era aqui de Seia e eu fui criado com uma fotografia dele na minha mesa-de- -cabeceira. Até aos dez anos até pensava que era o meu bisavô. Isto era uma casa de velhos republicanos. Eu fiquei cedo sem pai, mas o meu tio era um homem muito evoluído. Conheci o [Fernando] Valle. Vinha muito aqui a casa. Os meus grandes amigos eram o Valle e o Miguel Torga. O Torga passava aqui muitos dias. Eram pessoas mais velhas que me fizeram evoluir. E as pessoas que eu conhecia que tinham passado pelo PCP diziam-me: “Não te metas nisso.” 

E mais tarde conheceu o Mário Soares…

Conheci o Mário Soares em 1963. No dia em que conheci o Mário Soares, disse ao Valle: “Este é o homem que vai ajudar-nos a libertar o país, temos de nos agarrar todos a este.” Até tenho uma história, aqui em Oliveira do Hospital, que demonstra a minha certeza de que era por ali. Em 1969 nomearam o presidente da câmara, que era o dr. Afonso Amaral, e eu escrevi uma carta à população a exigir eleições. Disse à Irene: “Faz a mala porque os tipos vão levar-nos.” Estranhamente, eu passei com a mala, a PIDE estava lá e não me levou. Depois vim a saber que o dr. Amaral ameaçou não aceitar o lugar se me levassem. Eu disse-lhe: “Pago isso com juros quando o Mário Soares chegar do exílio.” E, a seguir ao 25 de Abril, expliquei às pessoas que ele, embora não fosse um presidente eleito, se tinha portado com dignidade. Deve ter sido a única ata que existe com a passagem de testemunho de um presidente de câmara não eleito para o presidente de uma comissão administrativa, que era eu.

Estava cá em Portugal no 25 de Abril.

Sim. Fui para Lisboa e andei a fazer a mobilização para a chegada do Mário Soares a Santa Apolónia, e talvez uma das coisas que ainda hoje não consigo encaixar, quando veio o 25 de Abril, foi ver toda a gente a aplaudir. Eu tinha passado uma vida clandestina e, de repente, descobri que havia milhões de democratas em Portugal que a gente desconhecia. Foi talvez das coisas que eu nunca consegui encaixar. O Mário Soares era uma figura única, de uma coragem e de uma determinação que hoje fazem muita falta em Portugal.

Não é muito comum encontrar essas características nos políticos de hoje.

Não. Hoje não há. Mas na Europa também não há.

Como foi organizar um partido a partir quase do zero?

O partido era muito pequenino. A maior parte eram advogados e médicos, eram as profissões liberais. Era um pequeno partido. Estive 12 anos à frente da organização do partido e praticamente ajudei a montar desde o primeiro dia até o Mário Soares ir para Belém. Foi muito difícil. Era fácil no centro e em Lisboa, mas foi muito difícil no Alentejo, por causa do PC. Foi também muito difícil, por exemplo, em Trás-os-Montes, por causa da extrema-direita. Não foi fácil, mas lá se foi transformando um pequeno partido num dos maiores partidos nacionais. 

Havia muita gente, a seguir ao 25 de Abril, interessada em entrar. Que tipo de pessoas procuravam entrar para o partido?

Fomos criando pequenos núcleos nas cidades, nos concelhos e nas freguesias. 

Muito à volta da figura do Mário Soares.

Sim. O Mário Soares tinha um íman. Atraía as multidões. Nós só precisávamos de anunciar que ele ia aos sítios. Ele era uma figura carismática que não precisava de grande organização para juntar uma multidão à volta dele. Tinha um íman que atraía as multidões.

Mas a seguir a 25 de Abril não tinham ainda essa certeza de que o PS se tornaria um grande partido a nível nacional.

Nada. Recordo-me que fizemos uma reunião em casa do Salgado Zenha, logo após a chegada do Mário Soares, do Tito de Morais e do Ramos da Costa, e todos nos comprometemos a conseguir eleições, que era o objetivo número um, e em apostarmos tudo à volta do Mário Soares para o elegermos. No fim de contas, acabámos cento e tal na Constituinte – isto, logo a seguir ao 25 de Abril.

As primeiras alianças do PS foram com a direita. Não foram possíveis entendimentos à esquerda durante muitos anos. O que determina que o PS, até há pouco tempo, tenha sempre feito alianças com os partidos de direita?

O PS tem uma vantagem. O PS meteu a direita no poder. Fez uma aliança com o CDS. A maior reforma social que se fez, que foi a criação do Serviço Nacional de Saúde, foi feita no governo do PS com o CDS. O Sá Machado, o Rui Pena e o Basílio Horta traíram o presidente do partido e votaram a favor em conselho de ministros. E, portanto, a maior reforma social até foi feita com a direita e foi uma coisa habilidosa, porque era preciso comprometer a direita com o poder. Depois fizemos a aliança com o PPD num momento muito difícil da vida portuguesa, mas com um grande amigo que era o Mota Pinto. Tinha grandes afinidades connosco. E, agora, o PS meteu a extrema-esquerda no poder. Todos os partidos foram metidos dentro do sistema pelo PS.

Mas o PS teve algumas dificuldades em compreender essa aliança com o CDS, em 1978. Ficou célebre aquela ideia de que Mário Soares meteu o socialismo na gaveta.

Foi sempre por razões financeiras. 

Como é que o dr. Mário Soares encarava isso?

O Mário Soares nunca perdeu uma noite por causa da política. Recordo-me de receber um telefonema para ir lá a casa com urgência. Foi um dia em que não havia dinheiro para o Banco de Portugal abrir. Acho que foi a única noite que o Mário Soares perdeu por causa da política. Ele tinha a vantagem de chegar ao fim do dia e desligar da política com uma grande facilidade. Gostava muito da vida e conseguia juntar o entusiasmo que tinha pela política com o entusiasmo de viver.

Não deve ter sido fácil explicar tantas medidas de austeridade depois das expetativas que as pessoas criaram com o 25 de Abril.

Por isso mesmo o Mário Soares chegou a ter 8%. Há aqui um homem que, por vezes, é esquecido, que é o Almeida Santos. Nós convidámos o Almeida Santos para o eleitorado despejar o ódio que tinha havido por causa da austeridade. O Soares estava com 8% e nós dissemos ao Almeida Santos: “Tu candidatas-te e levas uma porrada monumental para abrir caminho para o Mário Soares.” O Almeida Santos nunca teve aspirações de poder. Nós chegámos a preparar a candidatura dele à Presidência da República, mas a mulher foi contra.

E avançou o Jorge Sampaio…

Exato. O Almeida Santos foi falar com a mulher e ela opôs-se violentamente. Ele foi candidato a primeiro-ministro para abrir o caminho ao Mário Soares para Belém. Era um homem de uma dimensão humana inacreditável e de uma cultura fantástica, mas não tinha ambições políticas nenhumas.

E acabou também por abrir o caminho ao prof. Cavaco Silva, com quem Mário Soares sempre teve relações tensas?

Com o Cavaco e o Eanes. O Mário Soares lia os jornais muito cedo e ligava-me às oito da manhã. Eu, às vezes, tinha andado na borga e deitava-me tarde, mas ele ligava-me, nessa altura, por causa das notícias sobre o Ramalho Eanes. 

O PS, nessa altura, era um partido mais dividido ou, se preferir, mais pluralista?

O Mário Soares não queria a unanimidade. Obrigava-me a arranjar sempre um sarilho para haver oposição, e para isso tinha um valor enorme o sótão do Guterres, porque era só uma questão de os picar para eles se organizarem contra nós. 

A oposição interna era também a maneira de ele se valorizar externamente. Os políticos de hoje acham que a unanimidade é que os valoriza. É um erro político. Um tipo que queira ter carisma precisa de ter oposição, e nós tratávamos a oposição com todo o carinho. O sótão do Guterres era muito acarinhado por mim.

Como reagiam os militantes às coligações com a direita e à austeridade?

Deu um trabalhão brutal convencer os militantes. Mas o que interessa é que o PS integrou no sistema democrático todos os partidos. Completou-se agora o ciclo. Naquela altura, só havia o PC e as relações entre o Soares e o Cunhal não eram famosas. 

O que acha que mudou para que tenha sido possível agora uma aliança que durante 40 anos nunca foi possível, apesar de terem existido algumas tentativas?

Há aqui um fenómeno que não é bem analisado e que o meu partido deixou cair de uma forma indecente. Quem pôs a direita no poder, com a troika, foi o Bloco de Esquerda, o PC, o PSD e o CDS. Eu acho que a esquerda se arrependeu do que fez com o PEC iv. A Espanha não fez isso e não teve a austeridade que nós tivemos. Esta questão faz uma grande diferença em Portugal. 

Sócrates nunca conseguiu, ou nunca quis, criar pontes com a esquerda, ao contrário de António Costa.

Com o Sócrates era impossível criar pontes. Recordo-me de como ele chegou à liderança. Eu estava em Bruxelas e o Mário Soares também quando houve o problema da Casa Pia. Nós, quando vimos o nome do Ferro Rodrigues e dos outros todos, percebemos que o ataque era para destruir a direção do PS. O Ferro Rodrigues foi uma vítima disso, mas a grande preocupação era como é que mudávamos a direção do PS. O Ferro Rodrigues não foi preso porque o Sampaio atuou. A primeira operação que fizemos foi ir ter com o [António  Vitorino] que era comissário, mas ele disse logo que não estava disposto a ser líder do PS. O único gajo que era capaz de ter mau feitio era o Sócrates. Nós tínhamos até combinado um jantar com o Sócrates – eu, o Mário Soares e o Sérgio [Sousa Pinto ] – no Guincho, e o Soares, quando ia a caminho, teve de voltar para trás porque o filho [João Soares] candidatou-se à liderança. Depois do Guterres, que não era capaz de dizer não, o PS precisava de uma liderança que tivesse mau feitio, e o Sócrates tinha essa vantagem. 

António Costa tem outra capacidade de diálogo. O que acha dele?

Conheço o António Costa desde miúdo. Acho que ele e o ministro das Finanças são os dois tipos ideais para o momento que estamos a viver. Depois, há lá no governo muitos tipos que não são capazes de aproveitar a oportunidade que vivemos.

Há ministros que não têm qualidade?

Não têm estratégia. O António Costa tem mais sensibilidade que a maior parte dos ministros. 

Mas esta coligação também tem custos.

O que acho é que o mundo está numa evolução fantástica e em Portugal não se discute isso. Falta-nos um Mariano Gago que dinamize o conhecimento. Os nossos salários são baixos e nós não vamos aguentar cá os jovens mais qualificados se não adaptarmos a nossa estrutura produtiva. Não é com o turismo que isso se faz. Portugal precisava de um plano que apostasse no conhecimento e na inovação. Só assim se conseguiria manter os melhores no país e evitar que fossem lá para fora.

Mas julga que há vantagens em manter esta coligação na próxima legislatura?

Eu nunca fui a favor da unanimidade. Passei 90% da minha vida a protestar. Mas tenho a convicção de que o PCP não vai alinhar mais. Não acredito que o PC aceite mais… O Bloco de Esquerda só tem interesse se o levarem para o governo porque conseguem comprometê-lo. Sou a favor disso. Ficar de fora, nesta estratégia, não tem interesse. O erro, por exemplo, na coligação com o CDS foi deixar o Freitas [do Amaral] fora do governo. 

Foi muito crítico de Passos Coelho…

O Passos Coelho é um tipo mesmo de direita. Estava desenquadrado. Era um servidor de experiências políticas e a troika fez o que quis. Eles aplaudiram e ainda queriam mais. Tenho uma opinião de que a ideia era vender o país todo. 

Rui Rio é diferente?

Sim. Não é um vendedor do país. Isso, não é. 

Abre a porta a outro tipo de soluções para a governação?

Não. O bloco central é uma estupidez. Numa boa democracia tem de haver sempre uma alternativa credível. O bloco central criaria sempre uma extrema--esquerda forte ou uma extrema-direita forte. Só pode servir para uma emergência nacional. Serviu, naquela altura, porque era uma emergência. A democracia portuguesa está a atravessar uma grande crise. Qualquer dia não temos ninguém que queira ir para a política. Os julgamentos populares são inviáveis numa democracia e existe o risco de entrarmos numa queda vertiginosa. Há hoje uma fuga dos melhores da política que acontece também por razões salariais. Eu, por exemplo, herdei uma grande fortuna. Quando estava na política, vendia todos os anos um terreno. Só ganhei dinheiro quando estive no Parlamento Europeu. Uma parte da minha fortuna foi gasta na política. Tinha herdado uma boa fortuna, mas todos os anos vendia um terreno ou pinheiros para poder continuar na política. Na Assembleia Constituinte nem nos pagavam. 

Como sobreviviam?

Eu, quando chegava a sexta-feira, tinha de emprestar dinheiro aos meus colegas para voltarem para casa. Estivemos lá não sei quanto tempo sem vencimento. Tinha de lhes emprestar dinheiro para eles, coitados, poderem ir para casa. Mas hoje não se consegue levar um tipo bom para a política com estes salários. Julgo que o salário de um político poderia ser, por exemplo, a média dos três últimos vencimentos de cada um.

É das poucas vozes dentro do PS que continua a defender José Sócrates. Porquê?

Têm de me provar que a fortuna do tal eng.o Santos Silva é do José Sócrates. Quando se prende um tipo tem de haver provas, ou então é uma violação dos direitos.

Não estranha o silêncio do PS?

O PS não se pode meter nisto. Está a lidar com uma instituição e, se resolvesse atirar-se a ela, colocaria em causa o Estado de direito e o próprio regime.

Mas também não vejo muitos socialistas a defendê-lo.

As outras pessoas não me interessam. Eu sou eu. Fui sempre um homem livre.

Isso fica na consciência de cada um. Eu talvez seja dos poucos que não era amigo do Sócrates, mas aprendi na vida que se deve ser solidário. Acho que isto passou todos os limites. Uma pessoa que seja amante dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos não pode ficar insensível a isto. 

Continua a acompanhar a atividade política?

Vou acompanhado, mas tenho também muito interesse pela evolução tecnológica…

Ainda vê os debates no parlamento?

Isso, não. Raramente vejo televisão. Prefiro ler um livro a estar a perder tempo com a televisão. Leio os jornais. 

E tem uma página no Facebook na qual escreve regularmente?

Eu nem sabia trabalhar com isto, mas o meu neto mais novito incentivou-me. Vou lá escrevendo aquilo que penso com uma grande liberdade pessoal. Dá-me gozo.