Diziam que já estava louco. Que o seu discurso era aleatório e brincava com as pessoas que recebia em casa. Diziam que já não recebia pessoas em casa. Que se isolara na sua residência em Las Cruces, a mais de cem quilómetros de Santiago do Chile, e não aceitava visitas nem entrevistas de jornalistas, académicos, aspirantes a escritores ou meros curiosos que por ali passavam.
Até ao passado dia 23 de janeiro, Nicanor Parra foi o poeta de língua hispana vivo mais importante do mundo, o último sobrevivente da grande literatura do século XX neste idioma. Era o mais velho de nove irmãos, num clã de artistas criados no caldo de canções folclóricas que a mãe preparava em casa. Sua irmã Violeta tornar-se-ia numa das mais importantes figuras da música popular do Chile e da América do Sul.
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