Fizz. Orlando Figueira advertido pelo juiz por criticar presença de desembargador na sala

Fizz. Orlando Figueira advertido pelo juiz por criticar presença de desembargador na sala


Esta tarde houve mais um episódio de tensão no julgamento do caso Fizz  


O antigo procurador do DCIAP Orlando Figueira criticou, durante a tarde de hoje, a presença do juiz desembargador Cunha Lopes na sessão de terça feira e foi advertido pelo juiz presidente do coletivo, Alfredo Costa. Esta não é a primeira vez que o arguido é alertado pelo coletivo para se focar apenas nos factos da acusação.

O episódio aconteceu quando o antigo magistrado se aproximou do coletivo para entregar cartões de visita iguais aos que distribuiu em Angola, aquando da semana da legalidade. Segundo a acusação, o arguido distribuiu vários cartões mostrando insatisfação com a vida que tinha enquanto magistrado e mostrando-se disponível para novas oportunidades, algo que Orlando Figueira quis contrariar dizendo que se tratava de cartões de visita oficiais e cuja distribuição não tinha qualquer outro interesse.

Depois de o coletivo ter proibido o arguido de distribuir cartões, o antigo magistrado lembrou que na véspera já tinha acontecido um episódio pouco comum, ou seja, a presença do desembargador Cunha Lopes, da Relação de Guimarães.

Nessa altura, o juiz presidente lembrou o arguido que tem dado “abertura” e até permitido alguma “desformalização”, adiantando que, portanto, Orlando Figueira “deveria ser a última pessoa a dizer tal coisa”.

“Há uma coisa que eu não admito… admito que as coisas vão até um determinado limite, mas o senhor doutor devia ter alguma deferência na forma como se está a referir a este caso”, atirou o juiz.

O antigo magistrado pediu depois desculpa pelas suas palavras.

A presença do desembargador no julgamento

Como o i noticiou, o juiz desembargador Pedro Cunha Lopes, que fez parte de coletivos como o que julgou o caso BPN/Homeland, passou ontem pela sala onde está a decorrer o julgamento do chamado caso Fizz, o que irritou a defesa do arguido Paulo Blanco.

O magistrado do Tribunal da Relação de Guimarães esteve menos de dez minutos sentado junto aos advogados, uma vez que não havia lugar na assistência.

Perante a situação, enquanto o antigo procurador Orlando Figueira continuava a depor, o advogado João Correia, que representa Paulo Blanco, pediu ao coletivo que explicasse o porquê da presença “do cavalheiro”, questionando mesmo quem era o magistrado, uma vez que não o conhecia. 

O comentário do advogado gerou alguma tensão na sala, com o juiz desembargador Cunha Lopes a responder: “Olhe que eu conheço-o muito bem”.

Nesse momento, o coletivo presidido pelo juiz Alfredo Costa pediu para que as palavras cruzadas terminassem e esclareceu que se tratava de um magistrado judicial que queria assistir a parte da sessão e que, não tendo lugar na audiência, se sentou junto aos advogados.

Minutos após o incidente, o juiz Cunha Lopes abandonou a sala.