Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diz que basta ter em atenção as palavras do procurador do Ministério Público Federal (MPF) no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) para perceber como a equipa da procuração do caso Lava Jato tem actuado neste e noutros casos: "O pensamento é de censura à defesa, é de censura à academia, é de censura ao povo."
A declaração foi feita por Zanin durante o julgamento do recurso de Lula, hoje, em Porto Alegre. A defesa de Lula teve 15 minutos para expor o seu posicionamento.
Zanin pôs em causa toda a investigação, afirmando que a acção movida contra Lula nasceu "de um power point que tratava o ex-presidente como culpado". Uma vez mais, a defesa insistiu que o processo não se consegue desligar da motivação política no que toca ao ex-presidente. "Se a acusação não tem alguma motivação politica — e no caso tem — a defesa não precisa identificar traços políticos", sublinhou Zanin.
O advogado de Lula repetiu que o ex-presidente sempre negou ser proprietário do triplex. "O triplex sempre pertenceu a OAS Empreendimentos. O ex-presidente jamais recebeu as chaves, jamais passou um dia, jamais passou a noite lá."
Lula foi condenado em julho de 2017 a nove anos e seis meses de prisão pelo juíz Sérgio Moro, da 13º Vara Federal de Curitiba, por supostamente ter recebido um tríplex no Guarujá da empreiteira OAS em troca de contratos com a Petrobras.