PPD versus PSD: venceu a social-democracia

PPD versus PSD: venceu a social-democracia


Acabou o fim de semana quente de eleições internas no PPD/PSD em que se opuseram, de um lado, liderados por Rui Rio, os sociais- -democratas, rosto da possível mudança no partido, e do outro, liderados por Pedro Santana Lopes, os “populistas e demagogos”, rostos da continuidade conservadorista e amorfa que já havia que escoar para…


A vitória do PSD de Rio não surpreende, começando pelos seus ilustres apoiantes, como Menezes Leitão, que também ao jornal i deixou nota de que a solução nunca era “regressar ao passado”, e muito bem; Pacheco Pereira e Manuela Ferreira Leite que, independentemente da sua cor partidária, sempre estiveram do lado da liberdade e do Estado social. É também de salientar novamente a grande entrevista que Nuno Morais Sarmento deu ao “SOL”, em que mostrou ao leitor a posição social-democrata da candidatura de Rio e o possível “voto em Costa”, se fosse para o PPD continuar do mesmo modo. Ajudou também à candidatura do PSD o afastamento imediato de muitas caras novas do PPD, ao procurarem logo um candidato de “direita” que os representasse contra Rio, parecendo que Rui Rio e os seus apoiantes tinham alguma “síndrome esquerdalha” que pudesse ser contagiosa.

O estranho caso de André Ventura, que admitiu a sua possível candidatura caso Santana não avançasse e que teria, certamente, semelhante resultado. Outros rostos do populismo demagogo e insano que assombrou o PPD desde que a “geringonça” tomou posse também, curiosamente, apoiaram Santana – eles, Hugo Soares e Luís Montenegro, dois dos condutores da descida a pique que o partido decidiu seguir, contra os valores de Abril e da não representação social-democrata. Agora, com o PSD de Rio, António Costa terá a possibilidade de governar não tão “à esquerda”, sendo isto bom para ambos os partidos e uma oportunidade para o PPD/PSD voltar à sua génese e descolar da direita. 

Em 2009, Pedro Passos Coelho dizia ser “a altura de o PSD se emancipar dos velhos do Restelo”. Parece que, afinal, foram os “velhos do Restelo” que tiveram de voltar e salvar o partido do “populismo e da demagogia”, de bater no fundo, e assim salvar o pouco da social-democracia que ainda resta.

 

Escreve à terça-feira