Pyongyang pode enviar banda pop às Olimpíadas de Inverno

Pyongyang pode enviar banda pop às Olimpíadas de Inverno


Moranbong Band está na calha para integrar comitiva norte-coreana no torneio que se realizará na Coreia do Sul


Acordada a participação da Coreia do Norte nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, na Coreia do Sul, representantes de Seul e Pyongyang discutem agora quem poderá viajar para Pyeongchang já no próximo mês e com que propósito. 

No acordo alcançado no início da semana passada, em Panmunjom, na zona desmilitarizada – conhecida como “aldeia da trégua”, por ter sido ali assinado o acordo de armistício que pôs fim à Guerra da Coreia (1950-1953) –, ficou definido que a comitiva norte-coreana que marcaria presença no certame seria composta por “atletas, altos funcionários, jornalistas, artistas e adeptos”.

Ora neste grupo cabe, para já, uma orquestra composta por 140 músicos da Coreia do Norte, mas há também a hipótese de caber um famoso grupo musical pop daquele país. Segundo a Yonhap, a possibilidade da Moranbong Band poder atuar durante as Olimpíadas de Inverno estará a ser discutida pelos representantes das duas Coreias, desde que não sejam interpretadas canções do reportório mais propagandista do grupo.

Formada em 2012, a Moranbong Band é composta apenas por elementos do sexo feminino, que terão sido todos escolhidos a dedo por Kim Jong-un. O grupo mistura interpretações inspiradas nos maiores êxitos da música pop ocidental com verdadeiras odes nacionalistas ao regime norte-coreano, sendo um verdadeiro fenómeno de popularidade em Pyongyang.

Citado pelo “Guardian”, o analista político Cheong Seong-chang acredita que eventual presença da banda em Pyeongchang pode ser problemática para a Coreia do Sul e lembra a natureza militar do grupo musical. “Se os membros da Moranbong Band – que são formalmente militares – vierem ao sul vestidos com uniformes militares, poderão causar desconforto a muitos sul-coreanos. E haverá ainda mais controvérsia se algum louvor a Kim Jong-un ou a testes balísticos fizerem parte da sua atuação”, alerta o investigador do  Sejong Institute de Seul.