BCE. Draghi pode anunciar fim  dos estímulos até final do mês

BCE. Draghi pode anunciar fim dos estímulos até final do mês


Falcões do Banco Central Europeu aumentam pressão para acabar compra de dívida


Más notícias para a dívida, para os juros, para o défice e para a economia portuguesa. O Banco Central Europeu (BCE) deverá mudar o seu discurso já no início deste ano, de acordo com as atas da última reunião do Conselho de Governadores. Isto sugere que a instituição se prepara para comunicar em breve aos mercados o fim do programa de compra de dívida pública, que tem ajudado a estimular a economia na região e a conter o risco.

“O ponto de vista foi amplamente partilhado, na medida em que… a comunicação do Conselho de Governadores do BCE precisa de evoluir de forma gradual, à medida que a economia continua a expandir e a inflação a ir de encontro ao objetivo do Conselho“, revelam as atas da reunião de 13 e 14 de dezembro citadas pelo jornal online ECO. “A linguagem usada remete para as várias dimensões da política monetária e no futuro poderá ser revista mais cedo”.

No encontro do mês passado, o BCE deixou a taxa de juro de referência na zona euro nos 0% e manteve a decisão de baixar o ritmo mensal de compras de Obrigações do Tesouro na região dos 60 mil milhões de euros para os 30 mil milhões de euros a partir de janeiro deste ano até setembro, quando está previsto o fim do programa.

Segundo as atas publicadas esta quinta-feira, enquanto os membros sugeriram mudanças cuidadas e graduais na comunicação do BCE aos investidores, eles deixaram ainda a indicação de que o guidance (orientações) do banco central devia passar a dar uma maior ênfase à política monetária como um todo, o que neste caso reduziria a importância dada às compras de dívida e que seria visto já como o início do fim dos estímulos.

“Com o progresso rumo a um ajustamento sustentável na inflação, a importância relativa do guidance sobre as taxas de juro deveria aumentar“, disseram os responsáveis do BCE. O presidente do BCE, Mario Draghi, prometeu no passado mês de dezembro continuar a injetar dinheiro na economia da zona euro durante o tempo que fosse preciso.