O início da nova legislatura no Parlament da Catalunha está agendado para 17 deste mês e nos bastidores da maioria independentista saída das eleições do dia 21 de dezembro, ultimam-se os acordos para a composição da mesa e para investidura do presidente da Generalitat. JuntsXCat e ERC terão alcançado, na terça-feira à noite, um compromisso relativo ao primeiro ponto, e estarão a estudar todas as possibilidades para levarem para a frente a tomada de posse de Carles Puigdemont, como líder do novo executivo catalão.
O Partido Popular (PP), porém, já veio a terreiro garantir, através do seu coordenador geral, Fernando Martínez Maillo, que está disposto a “impedir” essa investidura e a utilizar “todos os meios que tiver ao seu alcance” para essa luta.
Convém recordar que o antigo presidente do governo da Catalunha ainda se encontra na Bélgica, o destino que escolheu para evitar a prisão, na sequência dos mandados de captura emitidos pela justiça espanhola contra os políticos que avançaram para a declaração de independência catalã no parlamento, no final de outubro.
Nesse sentido, e uma vez que Puigdemont não faz tensões de regressar à Catalunha no quadro judicial atual, em cima da mesa estarão duas hipóteses: a investidura à distância, via Skype; ou a delegação da leitura do seu discurso num dos deputados presentes. De acordo com o “El Nacional”, a fórmula da tomada de posse ainda não foi acordada por ERC e JuntsXCat.
Em declarações publicadas no “La Vanguardia”, Maillo defendeu que um cenário de investidura a partir da Bélgica é ilegal, viola as leis catalãs e o próprio “espírito do parlamentarismo”. Para além disso, convidou Puigdemont a “vir a Espanha dar a cara” e “assumir as responsabilidades pelos seus atos enquanto presidente. “[A investidura de Puigdemont] seria uma autêntica burla para os catalães e para o resto dos grupos do Parlament”, considera o coordenador do PP. “Tudo o que seja retorcer o regulamento [do parlamento] e infringir novamente a lei, para a defesa única e exclusiva dos seus próprios interesses, é uma má notícia”, acrescenta.
O acordo entre as forças independentistas também envolveu a CUP e prevê que escolha do novo presidente da Generalitat da Catalunha seja decidida à primeira volta da votação no Parlament.