Os calendários de revisão dos ratings em 2018 das quatro maiores agências de notação financeira mostram que a Standard and Poor's (S&P) será a primeira a pronunciar-se sobre Portugal este ano, a 16 de março). Para 20 de abril está agendado a revisão quer da Moody’s, quer da DBRS. A Fitch revela a sua análise a 1 de junho.
Das quatro, só a Moody's continua a atribuir à dívida pública portuguesa uma notação de especulação, o 'Ba1' (o nível mais elevado de 'lixo'). No entanto, a perspetiva é positiva, ou seja, na próxima avaliação a Portugal deverá melhorar o 'rating' ao país.
No mesmo dia, a DBRS – que classifica a dívida pública portuguesa em 'BBB low' (o primeiro nível de investimento) desde 2013 – deverá manter o rating, uma vez que a perspetiva atribuída ao país é ‘estável’.
A S&P, a primeira das quatro a retirar Portugal do lixo – setembro de 2017 – é também a primeira a avaliar Portugal em 2018. A perspetiva atribuída neste momento é estável, o que por norma significa que mantém o rating. Neste momento a S&P classifica Portugal em 'BBB-' (o primeiro nível de investimento).
De lembrar que em setembro a S&P surpreendeu ao rever em alta a notação sem melhorar antes a perspetiva. Surpresa veio também do lado da Fitch, a última a pronunciar-se este ano, a 1 de junho. Na última avaliação a agência subiu Portugal em dois níveis para o atual ‘BBB’.
A segunda ronda de avaliações à dívida pública portuguesa inicia-se com a S&P a 14 de setembro, prossegue com a Moody's e a DBRS a 12 de outubro e termina com a Fitch a 30 de novembro.
A avaliação das agências define a capacidade de um país pagar a sua dívida e para o Banco Central Europeu continuar a comprar dívida pública em Portugal e a financiar a banca portuguesa, pelo menos uma destas quatro agências de ‘rating’ tem de atribuir uma notação de investimento ao país.
Cada agência tem uma taxonomia. Na escala da S&P e da Fitch a melhor classificação é AAA; a pior é D. Já na escala da Moody’s melhor classificação é Aaa; a pior é C. Notas acima de BBB- ou Baa3 dão grau de investimento. Abaixo desta nota o grau é de especulação.
Desde 2013 que as agências de rating divulgam no final de cada ano o calendário para o ano seguinte. A diretiva da Comissão Europeia determina que as atualizações dos ratings soberanos sejam publicadas a uma sexta-feira e apenas depois do fecho das bolsas, por forma a reduzir os riscos de volatilidade do mercado.