As polémicas de Pinto da Costa

As polémicas de Pinto da Costa


Celebra hoje 80 anos numa vida repleta de títulos, polémicas e mulheres.


Celebrou 35 anos como presidente dos azuis-e-brancos em abril deste ano, mas nem sempre foi sinónimo de festa como é natural. Em mais de três décadas à frente dos comandos do emblema do norte, muitas foram as acusações das quais teve de defender-se. Mas pode, porém, congratular-se de nunca ter sido condenado por um juiz. O caso Apito Dourado foi o processo mais grave movido contra Pinto da Costa. O portuense era suspeito de ter comprado árbitros na época 2003/04, altura em que José Mourinho era o orientador, através de pagamentos que seriam feitos com entregas de dinheiro ou da contratação de serviços de prostituição. Nas escutas feitas pela Polícia Judiciária ao presidente do FCP, divulgadas no Youtube, que não foram consideradas objeto de prova por terem sido obtidas de forma ilegal, é possível ouvir conversas comprometedoras antes dos encontros. “Ligaram para mim a pedir-me fruta para logo à noite. Posso levar fruta à vontade?”, ouve-se o empresário de futebol António Araújo a perguntar a Pinto da Costa, numa ligação feita momentos antes do embate frente ao Estrela da Amadora.

Da ‘fruta’ passou-se ao ‘caso do envelope’. Pinto da Costa e António Araújo eram acusados de corrupção ativa desportiva por terem pago ao árbitro Augusto Duarte, também constituído arguido. Duarte havia visitado a casa de Pinto da Costa um dia antes do encontro que iria apitar e que o FC Porto acabaria por vencer. Foi a namorada de Pinto da Costa à época, Carolina Salgado, que denunciou a situação em tribunal, adiantando ainda a quantia que estaria dentro do envelope: 2.500 euros.

A namorada de Pinto da Costa foi, de resto, uma das maiores dores de cabeça de Pinto da Costa, quando publicou, em 2006, o livro “Eu, Carolina”, após o fim da relação. No livro contava histórias que viveu com o presidente portista.

Além dos processos de corrupção de que foi alvo, outra das grandes polémicas teve que ver com a suposta ligação aos Super Dragões, claque do clube que em 2009 foi acusada de espancar jogadores com o intuito de obrigá-los a abandonar o emblema listado. Adriano, Paulo Assunção, Costinha, Co Adriaanse e Luís Fabiano foram algumas das vítimas. Confrontado com a situação, Pinto da Costa sempre se disse distante deste grupo de adeptos de quem destacou o apoio dado à equipa nos bons e nos maus momentos.

Célebre pelas suas tiradas humorísticas, Pinto da Costa fez intervenções que deixaram marcas para a história do FCP. Como aquela em que encheu o Pavilhão das Antas para reagir à penhora sobre o clube: “Até a sanita eles penhoraram”.

Como nesse e em muitos outros dias, hoje as atenções centram-se em Pinto da Costa. Celebra 80 anos de vida, dos quais 35 como presidente do FC Porto. Por enquanto a única certeza, como o próprio já confessou, é que quando deixar o lugar vago vai escrever um livro. Com o título “O meu apito dourado”.