Merkel reconhece insensibilidade na resposta ao atentado contra o mercado de Natal

Merkel reconhece insensibilidade na resposta ao atentado contra o mercado de Natal


Angela Merkel e Frank-Walter Steinmeier reconheceram que o Estado mostrou-se insensível e não fez o suficiente para demonstrar pesar pelos 12 mortos e 70 feridos. 


A chanceler e o presidente da Alemanha reconheceram esta terça-feira que o governo não deu o devido apoio às famílias e vítimas do ataque terrorista de há um ano contra um mercado de Natal, em Berlim. Os dois líderes alemães afirmaram-no na cerimónia de comemoração aos 12 mortos e 70 feridos às mãos de Anis Amri, um requerente de asilo tunisino e rejeitado que se lançou num camião contra o amontoado de pessoas no centro da cidade.

“Hoje é um dia de luto, mas também um dia em que mostramos a nossa vontade de fazer melhor as coisas que não correram bem”, disse Angela Merkel, a quem os familiares de algumas vítimas mortais achsam de não ter demonstrado empatia nos dias que se seguiram ao atentado e de não se ter encontrado com eles ou realizado sequer uma chamada por telefone demonstrando pesar.

Merkel encontrou-se pela primeira vez com familiares e feridos esta terça-feira, com quem, afirmou, discutiu abertamente as suas queixas. “As conversas foram muito livres, da parte dos atingidos, sem quaisquer limites, e foram apontadas algumas fragilidades do nosso país nesta situação”, explicou Merkel, que inaugurou com vítimas e familiares um memorial ao atentado do ano passado.

“Muitos familiares e feridos – muitos de vocês – sentiram-se abandonados pelo Estado”, disse, por sua vez, o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier. “É verdade que algum do apoio chegou tarde e foi insatisfatório”, prosseguiu, admitindo, por exemplo, que o facto de Merkel ter repetido depois do ataque o lema alemão da porta aberta aos refugiados pode ter dado a impressão de uma postura insensível. 

“Tão próximas do ataque, essas palavras não soaram simplesmente tenazes e autoconfiantes, mas também estranhamente frias e distantes", argumentou.