Passaportes. O quinto mais poderoso do mundo é o de Portugal

Passaportes. O quinto mais poderoso do mundo é o de Portugal


Portugal dá acesso a 156 países sem necessidade de visto prévio, mas Singapura lidera a lista


O passaporte é um dos documentos mais poderosos e necessários de sempre, pois só com este título é permitida a entrada nos países estrangeiros que não fazem parte da União Europeia. É intransmissível, transporta a nossa identidade e permite passar fronteiras. Este ano, segundo uma lista elaborada pela empresa financeira Arton Capital, Portugal pode dar-se ao luxo de dizer que detém um dos passaportes mais fortes do mundo.

A lista é elaborada todos os anos, com o objetivo de avaliar aqueles que consideram serem os países que reúnem os passaportes mais ‘fortes’ do mundo, pelo facto de permitirem o maior número de carimbos sem necessidade de visto prévio, ou com a possibilidade de pedir um à chegada do país em questão.

O Passport Index 2017 fornece, através de uma plataforma online, informações sobre todos os passaportes do mundo, comparando-os e classificando-os com base na liberdade de circulação e na viagem sem visto aberto aos titulares, o que comprova, de facto, que os cidadãos portugueses têm, atualmente, o quinto passaporte mais poderoso de sempre.

O passaporte luso dá acesso a 156 países do mundo e ocupa e partilha a quinta posição com outros países como Luxemburgo, França, Suíça, Holanda, Bélgica, Áustria e Japão.

Mas nem sempre o número de países para onde se consegue viajar sem vistofoi o mesmo: em 2015 aumentou de 153 para 156 e nessa altura Portugal ocupava o quarto lugar da lista.

Singapura é líder

Em primeiro lugar, e totalmente isolada, surge Singapura, cujo passaporte permite a entrada livre em 160 países. Estes dados são relevantes uma vez que é a primeira vez que um país da Ásia lidera o ranking.

Porém, apesar de ser um Estado asiático a liderar o topo da lista, os primeiros lugares têm sido dominados por países europeus, e este ano não foi exceção: dos 18 países que partilham as cinco primeiras posições, são apenas dois os que não fazem parte da Europa – Singapura e Coreia do Sul.

A ocupar a segunda posição está a Alemanha, já desde os últimos dois anos. O passaporte alemão permite aos cidadãos entrar livremente em 159 países. Já em último lugar do ranking encontra-se o Afeganistão, cujo passaporte apenas dá passagem a 23 países.

No entanto, este ano houve alterações ao passaporte, de forma a serem adotadas algumas medidas de prevenção, para reforçar a segurança do país. Mas afinal o que mudou? O i contactou o Serviço de Estrangeiro e Fronteiras (SEF) para perceber quais foram as alterações aplicadas e se estas advêm de preocupações com os recentes ataques terroristas que se têm sentido em vários países do mundo. “Portugal adotou em julho de 2017 um novo passaporte, no qual foram integrados novos e inovadores elementos de segurança de forma a alcançar-se uma adequada evolução do mesmo, que garantisse que o passaporte português continuaria a ser um dos documentos mais seguros do mundo e conforme todas as recomendações da União Europeia e da Organização da Aviação Civil Internacional – ICAO”, explicou fonte do SEF.

Apesar das medidas adotadas, Portugal não é, de todo, dos países mais exigentes para viajar.

Angola país mais exigente

Este continua a ser dos países mais exigentes. Os documentos solicitados pelas entidades que se encarregam de todas as burocracias em torno deste assuntos sãomuitos e as autoridades continuam a demorar muito tempo a dar resposta, além de que muitas vezes não é explícito o que é exigido. “Este ano vou passar o Natal a Angola, pela primeira vez, com o meu pai que trabalha lá há vários os anos. Dirigi-me ao Consulado para tratar do Visto de Turismo que é pedido e de todos os documentos necessários, e senti que os serviços funcionam muito mal. É tudo muito confuso, tudo muito mal organizado e ainda é tudo muito lento”, revelou Catarina Nogueira ao i, adiantando ainda que se deslocou ao Consulado três vezes por lhe ser pedido um novo documento, que anteriormente não tinha sido solicitado e muito menos referido.

A mesma fonte contou que os documentos exigidos foram muitos: passaporte com validade superior a 9 meses e com duas folhas seguidas em branco, duas fotografias tipo passe a cores, comprovativo de condições de alojamento (confirmação de reserva em hotel ou outro tipo de alojamento), fotocópias das páginas principais do passaporte e das páginas que contenham informações referentes ao movimento migratório, seguro de viagem que contemple assistência médica, extrato bancário que comprove meios de subsistência, fotocópia do ‘print’ da viagem de ida e volta e, por fim, uma carta convite subscrita por residente em Angola com assinatura reconhecida no notário ou por uma instituição registada em Angola, devidamente assinada e carimbada em papel timbrado, incluindo o documento de identificação do seu subscritor, contendo ainda o motivo e a duração da estadia.

O i tentou contactar com o Ministério dos Negócios Estrangeiros angolano, de forma a entender as complicações em torno deste tema, mas até ao fecho desta edição não obteve resposta.