As autoridades italianas estão a utilizar uma lei do tempo de Benito Mussolini, governante fascista italiano, para forçarem a comunidade de Melendugno, na província de Puglia, no calcanhar da bota italiana, a aceitar a construção de um gasoduto, o conhecido Gasoduto Trans Adriático.
A apelidada "zona vermelha" foi declarada nas redondezas de Melendugno pela polícia militar do governo central no início deste mês, depois de protestos contra o gasoduto por parte da comunidade.
Em declarações ao "The Independent", ativistas climáticos afirmaram que a polícia realizou rusgas a meio da noite e impediu pessoas de abandonarem as suas casas, bloqueando ruas. A destruição de oliveiras centenárias é uma das motivações dos protestos da comunidade.
"Alguns locais foram expulsos e não conseguem chegar a Melendugno…nos próximos três anos", disse Sabina Giese, uma das residentes na zona. "Precisamos de um passe para usarmos as ruas e irmos para casa, ao final da tarde apenas se vê a polícia nas ruas e tudo o resto está fechado ou abandonado. As pessoas estão assustadas", explicou.
O Gasoduto Trans Adriático está a ser construído para transportar gás da Grécia para Itália, passando pela Albânia. De Itália, o gás circulará para o resto da Europa Ocidental. Os defensores do projeto afirmam que irá servir para reforçar a segurança energética da Europa, reduzindo, pelo meio, a sua dependência ao carvão. O Gasoduto irá, em princípio, receber financiamento do Banco Europeu de Investimento.