Comissão independente aceita investigar incêndios de outubro

Comissão independente aceita investigar incêndios de outubro


Presidente da comissão independente que investigou incêndio de Pedrógão Grande deu resposta favorável ao presidente da AR


A equipa de técnicos independentes que produziu um relatório sobre o incêndio de Pedrógão Grande a pedido do parlamento deverá fazer uma análise e produzir o respetivo relatório sobre os fogos de 15 e 16 de outubro.

De acordo com o “Público”, esta nova comissão será aprovada no dia 7 de dezembro e os trabalhos deverão ter início já em janeiro. A intenção de alargar os trabalhos da comissão técnica aos incêndios em que morreram 45 pessoas e outras 70 ficaram feridas foi defendida há duas semanas pelo PSD e pelo CDS. Nos últimos dias, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, avaliou junto da comissão técnica independente a hipótese de a mesma vir a ser constituída para que continuasse o trabalho já desenvolvido na sequência da tragédia de Pedrógão, tendo obtido uma resposta favorável de João Guerreiro, presidente da equipa de peritos.

Após ter sido manifestada a disponibilidade, Ferro Rodrigues transmitiu a aceitação à conferência de líderes parlamentes, ficando assim a faltar a aprovação do parlamento.

Os 12 técnicos envolvidos nesta investigação precisarão apenas de 30 dias para levar a cabo todos os trabalhos e produzir o documento final, de acordo com informação a que o “Público” teve acesso. O relatório da comissão sobre Pedrógão Grande foi divulgado em outubro, quatro meses após a tragédia. Dias depois, a 16 de outubro, foi também disponibilizada parte do relatório pedido pelo governo, cujos trabalhos foram liderados pelo investigador Xavier Viegas. O capítulo 6 não foi divulgado na totalidade.

 

Pedido de PSD e CDS

A meio deste mês, Hugo Soares, líder da bancada parlamentar social–democrata, disse no final de uma conferência de líderes que “a comissão técnica independente [deveria] aproveitar todo o seu know-how para se estender aos incêndios de 15 de outubro, para se poder perceber o que aconteceu e o que falhou e para que não se volte a repetir”.

Nessa altura foi também referido que a proposta dos sociais–democratas tinha apoio do CDS, que considera tratar-se de investigações diferentes e que levarão a respostas e perguntas diversas: “Estamos a falar de eventos diferentes, apesar das consequências trágicas dos dois”, disse Cecília Meireles, vice-presidente da bancada centrista.