O que acabou por se tornar o “Jantar do Ano”


Na passada sexta-feira, a organização da Web Summit realizou o jantar de encerramento deste evento, a maior cimeira de empreendedorismo e tecnologia a nível mundial que, para mim, é um orgulho ser acolhida por Portugal. Quanto ao jantar em si, ao contrário do que é o senso comum, não me choca absolutamente nada o local…


Na passada sexta-feira, a organização da Web Summit realizou o jantar de encerramento deste evento, a maior cimeira de empreendedorismo e tecnologia a nível mundial que, para mim, é um orgulho ser acolhida por Portugal. Quanto ao jantar em si, ao contrário do que é o senso comum, não me choca absolutamente nada o local escolhido, o Panteão Nacional, e acho também que o responsável, Paddy Cosgrave, não tinha qualquer obrigação de fazer um pedido de desculpas.

Eu também sou daqueles que acha que a morte se deve celebrar, ainda para mais a dos ilustres que são homenageados no Panteão, como tenho a convicta ideia de que qualquer evento lá realizado honra a história de Portugal e acredito que os organizadores do jantar não tinham outra ideia senão esta, tal como comunicado. O que me deixa chocado é todo o “barulho” em torno do assunto, para de certa forma conseguir entender como o “país vai bem e ainda em estado de graça” são poucos os que vejo na praça pública a criticar o Orçamento do Estado ou medidas apresentadas pelo governo, bem como da fraqueza das bandeiras da oposição apresentadas pela direita, colégios privados, incêndios e, agora, o jantar no Panteão, quando foi na anterior legislatura que isto foi tornado possível, e volto a reiterar que, a meu ver, faz todo o sentido a realização deste tipo de eventos, daí a usar como meio de crítica, errado.

Há menos de um mês foi realizado outro jantar no mesmo sítio, jantar este organizado pela empresa pública de serviços de tráfego aéreo, a NAV, e penso que passou despercebido até agora. Curioso.

Não consigo entender o porquê de criar tanto alarido negativo em torno da Web Summit quando devíamos estar agradecidos pela oportunidade de sermos os seus anfitriões, nem consigo entender o porquê de se afirmar que esta foi uma atitude “ofensiva e indigna”, para além de que já foi confirmada pela diretora do Panteão a não existência de corpos no local. 

Penso que o problema de fundo é a necessidade profunda da sociedade de ter algo para comentar negativamente, a falta da respetiva informação e também da necessidade de resposta por parte dos diversos órgãos intervenientes, sendo por vezes precipitada e ofensiva e criando todo um desnecessário desentendimento. Vivemos num estado livre e laico mas, acima de tudo, livre, pelo qual nutro o maior orgulho e sentido de responsabilidade de assim o preservar. 

Escreve à terça-feira


O que acabou por se tornar o “Jantar do Ano”


Na passada sexta-feira, a organização da Web Summit realizou o jantar de encerramento deste evento, a maior cimeira de empreendedorismo e tecnologia a nível mundial que, para mim, é um orgulho ser acolhida por Portugal. Quanto ao jantar em si, ao contrário do que é o senso comum, não me choca absolutamente nada o local…


Na passada sexta-feira, a organização da Web Summit realizou o jantar de encerramento deste evento, a maior cimeira de empreendedorismo e tecnologia a nível mundial que, para mim, é um orgulho ser acolhida por Portugal. Quanto ao jantar em si, ao contrário do que é o senso comum, não me choca absolutamente nada o local escolhido, o Panteão Nacional, e acho também que o responsável, Paddy Cosgrave, não tinha qualquer obrigação de fazer um pedido de desculpas.

Eu também sou daqueles que acha que a morte se deve celebrar, ainda para mais a dos ilustres que são homenageados no Panteão, como tenho a convicta ideia de que qualquer evento lá realizado honra a história de Portugal e acredito que os organizadores do jantar não tinham outra ideia senão esta, tal como comunicado. O que me deixa chocado é todo o “barulho” em torno do assunto, para de certa forma conseguir entender como o “país vai bem e ainda em estado de graça” são poucos os que vejo na praça pública a criticar o Orçamento do Estado ou medidas apresentadas pelo governo, bem como da fraqueza das bandeiras da oposição apresentadas pela direita, colégios privados, incêndios e, agora, o jantar no Panteão, quando foi na anterior legislatura que isto foi tornado possível, e volto a reiterar que, a meu ver, faz todo o sentido a realização deste tipo de eventos, daí a usar como meio de crítica, errado.

Há menos de um mês foi realizado outro jantar no mesmo sítio, jantar este organizado pela empresa pública de serviços de tráfego aéreo, a NAV, e penso que passou despercebido até agora. Curioso.

Não consigo entender o porquê de criar tanto alarido negativo em torno da Web Summit quando devíamos estar agradecidos pela oportunidade de sermos os seus anfitriões, nem consigo entender o porquê de se afirmar que esta foi uma atitude “ofensiva e indigna”, para além de que já foi confirmada pela diretora do Panteão a não existência de corpos no local. 

Penso que o problema de fundo é a necessidade profunda da sociedade de ter algo para comentar negativamente, a falta da respetiva informação e também da necessidade de resposta por parte dos diversos órgãos intervenientes, sendo por vezes precipitada e ofensiva e criando todo um desnecessário desentendimento. Vivemos num estado livre e laico mas, acima de tudo, livre, pelo qual nutro o maior orgulho e sentido de responsabilidade de assim o preservar. 

Escreve à terça-feira