Ministério da Justiça vai sair do Terreiro do Paço em 2026

Ministério da Justiça vai sair do Terreiro do Paço em 2026


Ao aumento de 7,4 milhões de euros com pessoal somam-se 87 milhões que estão suborçamentados 


O Ministério da Justiça e os tribunais no Campus de Justiça vão mudar de edifícios até 2026. Esta é uma das medidas previstas no OE/2018 que refere que o governo quer apresentar um plano de relocalização dos tribunais do Campus de Justiça e dos serviços centrais do MJ, que estão atualmente no Terreiro do Paço, em Lisboa. 

A nota explicativa da tutela de Francisca Van Dunem – que está hoje no parlamento a discutir na especialidade o seu orçamento para o próximo ano – sublinha que com este plano de relocalização, que será desenhado ao longo do ano, a tutela vai conseguir “níveis acrescidos de economia e de eficiência nos serviços”. Será este plano que, refere o documento, vai permitir a contratação das obras necessárias para a transferência para outros edifícios dos tribunais e dos serviços centrais.

Até 2026, o MJ espera ter as obras concluídas de forma a rescindir os atuais contratos de arrendamento dos edifícios dos tribunais do Campus de Justiça e dos serviços centrais da tutela.

Descongelamento vai custar 94,4 milhões

As progressões e acertos salariais que vão resultar do descongelamento das carreiras da função pública traduzem um aumento de 94,4 milhões de euros na despesa com pessoal da Justiça. 

A nota explicativa do MJ prevê para o próximo ano um aumento de cerca de 7,4 milhões de euros nas despesas com pessoal. No total, em 2018 a despesa prevista com salários é de 921,4 milhões de euros enquanto que em 2017 foi de 913,9 milhões de euros, lê-se no documento. 

Este aumento “é justificado essencialmente pela expectativa resultante do descongelamento das progressões nas carreiras”, lê-se na nota explicativa do Ministério da Justiça. 

Mas aos 7,4 milhões de euros para fazer os acertos somam-se ainda 87 milhões de euros para pagar os aumentos nos salários na PJ, na Direção Geral da Administração da Justiça e na Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. Quando o OE/2018 foi submetido à Direção Geral do Orçamento, estes serviços suborçamentaram as suas despesas com pessoal “face à insuficiência de plafond atribuído”. No total serão necessários 94,4 milhões de euros para pagar os acertos dos salários das progressões nas carreiras. 

O documento do OE/2018 refere ainda que no próximo ano a dotação canalizada para a área de investigação criminal da PJ e do Ministério Público vai sofrer um aumento de quase seis milhões de euros. Um acréscimo que traduz 2,3% face ao valor de 2017, sendo que no próximo ano esta área pode contar com 261,7 milhões de euros.   

Receitas com taxas e multas vai subir em 2018

Para o próximo ano o governo prevê ainda um aumento de quase 30 milhões de euros (27,1 milhões de euros), face a 2017, nas receitas com as taxas, multas e outras penalidades legalmente cobradas. 

No total, o Ministério da Justiça prevê arrecadar 632,5 milhões de euros através destas receitas, sendo que é uma das principais     fontes de financiamento da tutela de Francisca Van Dunem, com um peso de 82,3%.

A subida nas receitas com taxas e multas resulta, sobretudo, do “aumento das taxas de registo predial”, cuja previsão de receita ronda os 188 milhões de euros. De seguida surge a cobrança das taxas automóvel, com 173 milhões de euros, as taxas de justiça que vão rondar um total de 109,5 milhões de euros. 

O governo prevê a subida destas receitas face a 2017 por um lado pelo aumento do valor das taxas e, por outro, pela “expectativa de crescimento e investimento, decorrente do efeito positivo da atual conjuntura económica”, que “tem a sua maior expressão nas taxas de registo predial e automóvel”, lê-se na nota explicativa do MJ.