Ministro do Ambiente vai criar sanções para controlar qualidade do ar

Ministro do Ambiente vai criar sanções para controlar qualidade do ar


Em 2014 também se registou um surto de legionela


João Pedro Matos Fernandes, o ministro do Ambiente, revelou esta quarta-feira que existe um “vazio legal” relativamente ao cumprimento das regras que são importantes para proteger e controlar as emissões de torres de refrigeração. O governo vai criar sanções e regras para controlar a qualidade do ar no interior dos edifícios para evitar o desenvolvimento de bactérias, como a legionela.

Matos Fernandes revelou ainda que quer auditorias com prazos mais curtos quanto à qualidade do ar dentro dos edifícios e que hajam sanções para as “entidades públicas ou privadas” que não cumpram as normas.

Segundo o ministro, o governo está a trabalhar nas licenças e “exigências para as torres de refrigeração”, após o Ministério Público ter decidido não acusar ninguém no caso da legionela, em Vila Franca de Xira.

“Tem de haver auditorias periódicas, tal como esse mesmo decreto-lei as impõe para a eficiência energética dos edifícios”, salientou o ministro, completando que o governo está a “trabalhar com o objectivo de que essas auditorias voltarão a existir e, de acordo com a tipologia, a dimensão e o uso dos edifícios, elas poderão vir a ter até períodos mais curtos do que o de seis anos” e que as alterações devem ser aprovadas no início de 2018.

O surto de legionela foi detetado no passado sábado, no Hospital São Francisco Xavier. Já foram confirmados 38 casos, duas vítimas mortais e cinco doentes estão internados nos cuidados intensivos.

Esta doença pode ser contraída por via respiratória, através da inalação de gotículas de água ou consumo de água contaminada. Posteriormente a bactéria propaga-se numa forma de pneumonia grave que se inicia normalmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, musculares e dificuldades em respirar.

Em 2014, no concelho de Vila Franca de Xira, foi detetado um surto de legionela que provocou 12 mortes e infetou 375 pessoas.