Os incêndios de 15 de outubro trouxeram aos habitantes de Pedrógão Grande memórias do fogo que assolou a zona em 17 de junho. Ana Araújo, coordenadora para a saúde mental na zona, explicou à Lusa que "houve uma regressão relativamente à estabilidade emocional".
"Face à situação similar, as pessoas voltaram a reviver a dimensão da catástrofe porque tinham passado", acrescentou. Segundo Ana Araújo, "muitas das pessoas" que estavam a ser seguidas psicologicamente "voltaram atrás no processo de recuperação", o que está a levar a equipa de saúde mental "a desenvolver estratégias para que as coisas voltem a estabilizar um pouco mais".
"As pessoas que foram vítimas de perdas de familiares e amigos estão identificadas e estamos a tentar aproximar as consultas e a fazê-las com mais periodicidade", explicou Ana Araújo.
Também em Nodeirinho, a aldeia que ficou reduzida a 19 habitantes, aconteceu o mesmo. Dina Duarte, habitante da localidade e membro da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, disse à Lusa que "voltámos todos atrás. Voltámos a reviver o que se passou a 17 de junho. Há uma profunda consternação e revolta. Em Castanheira de Pera, é o mesmo sentimento. Voltámos todos a chorar e a chorar imenso".