Mas a História é também feita disso: de enganos e de interpretações. Acasos. Como seria se D. Sebastião não tivesse morrido em Alcácer-Quibir naquela tarde quente de agosto? Ou se os conjurados não tivessem agido naquela manhã fria de dezembro?
Há coisas que são assim porque aconteceram dessa forma por acaso. Mas há outros casos em que assim não é, não foram por acaso, mas causadas. É o que se passa na Catalunha, que pode ser independente, mas nunca foi, e quem por lá passeie e vá a Barcelona percebe que não precisa de ser.
O que se está a passar na Catalunha não é por acaso, mas planeado e apoiado por quem quer destruir a Espanha, a sua casa real e, com o caos que daí adviria, ferir a União Europeia. Porque não é por acaso que a extrema-esquerda espanhola e o Bloco de Esquerda em Portugal apoiam tão prontamente as forças independentistas e nacionalistas de direita. Não é por acaso que alguns reduzem a democracia ao voto ocasional e acusem a Espanha e os espanhóis de fascistas. Esta ofensa, depois de tudo o que a Espanha passou, devia ser suficiente para que se percebesse o que está em jogo e se pusesse um ponto final nesta história.
Mas a História também vai tendo coisas assim que não são por acaso. O ataque que está a ser feito à Espanha não é, com certeza.
Advogado
Escreve à quinta-feira