Moda. Trocas e saídas nas grandes redações do meio

Moda. Trocas e saídas nas grandes redações do meio


Graydon Carter, que nos últimos 25 anos dirigiu a norte-americana “Vanity Fair”, sai no final do ano. Nina Garcia muda da Marie Claire para a Elle já na próxima segunda-feira.


As caras mais experientes à frente das principais revistas de moda do mundo estão a mudar. Depois de, na semana passada, Graydon Carter anunciar que deixará os comandos da “Vanity Fair” no ano em que celebra as bodas de prata com a edição norte-americana da revista ontem foi a vez de outro dos grandes nomes da indústria da moda, Nina Garcia, anunciar que, já a partir da próxima semana, irá dirigir a “Elle”, após 17 anos como diretora criativa da “Marie Claire”.

Nina Garcia será, porventura, uma das caras mais conhecidas do meio, visto que é há anos um dos membros do júri do programa Project Runway, apresentado por Heidi Klum. O anúncio foi feito à redação pela própria por e-mail, na terça-feira. No mesmo dia e nas redes sociais, – onde acumula milhões de seguidores e mantém uma presença ativa, escreveu: “Hoje é um dia muito especial para mim. Estou muito excitada e honrada por voltar à Elle como a nova diretora”.

O número de seguidores não foi deixado em branco por David Carey, presidente do grupo Hearst Magazines, na hora de justificar a escolha. “A Nina personifica todas as qualidades de uma diretora moderna”, disse em comunicado citado pela imprensa norte-americana, realçando que a nova diretora também é conhecida “por milhões à volta do mundo pelo seu papel em Project Runway e pela vida dinâmica que partilha com os seus 4,5 milhões de seguidores nas redes sociais”. Um peso que tem, obviamente, cada vez mais força na balança.

 

Graydon Carter

Já Carter mantém-se nas fileiras da “Vanity Fair” até ao fim do ano. Mas a sua saída, adiantou ao “The New York Times” na mesma entrevista em que anunciou o fim do ciclo, já era suposto ter sido consumada. A rixa declarada com Donald Trump – anterior à tomada de posse do presidente – prolongou a sua ‘estadia’ mais uns meses.

O clímax da discussão entre ambos deu-se em dezembro do ano passado, quando, após mais uma crítica jocosa do diretor da revista, desta vez ao restaurante da Trump Tower, o presidente dos EUA reagiu da seguinte forma no já habitual Twitter: “Em queda, grandes problemas, morto! Graydon Carter, sem talento, será despedido”. Resultado: a “Vanity Fair” bateu o recorde de assinaturas em 24 horas.

Aos 68 anos, Carter é um dos punhos mais influentes do meio. Ao contrário de Nina, não usa as redes sociais como tentáculo primordial da comunicação, mas isso não significa que não seja célebre – antes pelo contrário. Será difícil, aliás, encontrar um sucessor que jogue de forma tão eficaz nos mesmos tabuleiros. Extremamente influente tanto na cena nova-iorquina como em Hollywood, o ainda diretor da “Vanity Fair”, um dos títulos do grupo Condé, diz que está na hora de ir “quando a revista está por cima”.

O “Times” já está a fazer aposta para o novo dono da cadeira: entre os candidatos, apontam Adam Moss, da “New York Magazine”, e Janice Min, do “The Hollywood Reporter”.