Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula da Silva e ex-ministro no primeiro governo de Dilma Rousseff, afirmou em depoimento perante o juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, que a multinacional de construção Odebrecht comprou um apartamento em São Bernardo do Campo para o ex-presidente e um terreno para o Instituto Lula. Segundo Palocci, estes bens foram compensações pelo tratamento de vantagem que a empresa recebeu durante os governos do Partido Trabalhista.
"Eu queria dizer, a princípio, que a denúncia procede. Os fatos narrados nela são verdadeiros. Eu diria apenas que os fatos narrados nessa denúncia dizem respeito a um capítulo de um livro ainda maior de um relacionamento da Odebrecht com o governo do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma, que foi uma relação bastante intensa, bastante movida a vantagens dirigidas à empresa, a propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos em forma de doação de campanha, em forma de benefícios pessoas", disse Palocci no início do depoimento. "E eu tenho conhecimento porque participei de boa parte desses entendimnetos na qualidade de ministro da Fazenda do presidente Lula e ministro da Casa Civil da presidente dilma", esclareceu.
Em reação às notícias sobre o depoimento de Antonio Palocci, o Instituto Lula publicou, na sua página de Facebook, uma nota afirmando que o depoimento é contraditório "com outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e provas e que só se compreende dentro da situação de um homem preso e condenado em outros processos". O Instituto assevera também que as declarações do ex-ministro ao Ministério Público Federal apenas podem ser justificadas com um acordo de delação premiada entre si e o juiz Sergio Moro "que exige que se justifique acusações falsas e sem provas contra o ex-presidente Lula" para "obter redução de pena".
A instituição negou ainda na mesma nota que tenha recebido qualquer terreno da Odebrecht. Por seu lado, Lula da Silva veio a terreiro reafirmar que "jamais cometeu qualquer ilícito nem antes, nem durante, nem depois de exercer dois mandatos de presidente da República eleito pela população brasileira".