Ribau Esteves vs Oliveira de Sousa. PSD quer maioria

Ribau Esteves vs Oliveira de Sousa. PSD quer maioria


A Câmara de Aveiro esteve à beira da falência e foi obrigada a aplicar várias medidas de austeridade. Ribau Esteves, atual presidente e recandidato pela coligação que junta PSD, CDS e PPM, quer manter a maioria absoluta e garante que conseguiu «ultrapassar o grave problema financeiro herdado». O candidato do PS, Oliveira de Sousa, critica…


A Câmara de Aveiro já foi governada pelo CDS, PS e PSD. Nas últimas autárquicas, Ribau Esteves conquistou a autarquia com maioria absoluta e com a promessa de «dar a volta à situação difícil em que se encontra financeiramente a Câmara». Quatro anos depois, Ribau recandidata-se com a garantia de que Aveiro «passou a ser tema de boas notícias e de crescimento». O candidato socialista, Miguel Oliveira e Sousa, garante, porém, que «nos últimos quatro anos assistiu-se a uma tensão constante. Os aveirenses só contaram para pagar».

A autarquia de Aveiro esteve à beira da falência e recorreu ao Fundo de Apoio Municipal (FAM). Ribau Esteves, que conquistou o concelho depois de ter sido presidente da Câmara de Ílhavo durante 12 anos, diz que o mandato «foi muito difícil e exigente», mas «foi muito bom e estimulante ter conseguido ultrapassar o grave problema financeiro herdado, éramos a segunda pior câmara do país». Ribau admite que, nos últimos anos, foi obrigado a pedir sacrifícios aos aveirenses: «A Câmara recorreu ao FAM, primeiro num empréstimo de urgência e depois com um empréstimo de longo prazo, e com exigências difíceis como o aumento do IMI para as taxas máximas, que, no entanto, conseguimos amenizar com a implementação do IMI Familiar em 2016 e 2017, assim como a redução de 0,5 para 0,45 em 2017. No entanto, as muitas reformas implementadas, a redução da despesa, o aumento da receita, o fim das empresas municipais problemáticas, a credibilização da Câmara, entre outros fatores, permitiram-nos ultrapassar com sucesso».

O atual presidente da Câmara garante que a situação financeira «melhorou muito», mas «continua a ser desequilibrada e a exigir uma gestão rigorosa e cumpridora do plano de ajustamento municipal. Em três anos pagámos 45 milhões de euros de uma dívida total de 150 milhões, o que é um resultado recorde e notável».

E acrescenta: «É importante dar nota que alcançámos os objetivos fixados para o mandato. De uma câmara péssima em termos organizacionais e financeiros, passámos para um patamar bom em consequência da profunda reforma implementada».

 

Socialistas criticam austeridade e impostos altos

O candidato do PS a Aveiro tem outra opinião. Oliveira de Sousa diz que a Câmara «não pagou muita divida, trocou dívida de longo e muito longo prazo por um empréstimo do FAM a vinte anos, que privou o município de poder estabelecer a sua carga fiscal. A dívida que foi paga foi concretizada à custa dos aveirenses, que viram as suas taxas de impostos em valores máximos nacionais, nomeadamente o IMI. As pessoas pagaram e pagam taxas e impostos nos valores mais elevados e perderam qualidade de vida».

O candidato garante que tem forma de contrariar o «colete da austeridade, nomeadamente, como sempre o sugerimos e foi ignorado, não à custa dos aveirenses, mas da alienação de património».

Manuel Oliveira de Sousa garante que as prioridades do PS são «aliviar» a austeridade, promover «a venda de património da câmara que é muito, e com isso abater extraordinariamente a divida» e «reabilitar a qualidade de vida na cidade».

 

Aproveitar os fundos comunitários

Ribau Esteves promete, no próximo mandato, apostar na «qualidade dos serviços aos cidadãos e aproveitar bem os fundos comunitários que já contratámos em valor recorde e muito relevante para executar o plano de investimentos em várias áreas que temos em desenvolvimento».

O atual presidente da Câmara garante ainda que quer «prosseguir a qualificação das ruas e dos espaços públicos, continuar o crescimento turístico assente nos valores ambientais e culturais e investir mais na educação».

A Câmara de Aveiro está nas mãos do PSD há 12 anos. Há quatro anos, o partido decidiu não apoiar a recandidatura de Élio Maia e apostou em Ribau Esteves. Élio Maia, que esteve oito anos à frente do município, avançou como independente, mas não ultrapassou os 10%.