Uma mulher de nacionalidade alemã morreu este domingo em Barcelona dos ferimentos contraidos no duplo-atentado do dia 17 de agosto, fazendo aumentar o número de vítimas mortais causadas pelos ataques para 16.
A mulher, ainda não identificada pelos serviços catalães, morreu durante a manhã depois de mais de uma semana em estado crítico e um dia depois de o presidente do governo espanhol, o rei e os líderes da região autonímica participarem numa marcha contra o terrorismo com centenas de milhares de pessoas.
As autoridades dizem que há ainda 24 pessoas hospitalizadas. Cinco estão em estado crítico e quatro estão em estado considerado grave.
Unidade e desunião
À volta de meio milhão de pessoas desfilaram sábado em Barcelona sob o lema “no tinc por” – “não tenho medo” –, naquilo que foi concebido simultaneamente como uma homenagem às vítimas, protesto contra o terrorismo e, com um certo contorcionismo político, numa demonstração de unidade nacional num momento em que a Catalunha avança para uma consulta independentista desautorizada pelo governo, monarquia e tibunais.
As primeiras intenções foram bem-sucedidas: a irmã de dois dos terroristas de Ripoll discursou com um véu islâmico, dizendo “não ao terrorismo, não à violência e sim à paz”; e o pai da mais jovem vítima, que tinha apenas três anos, abraçou-se a um imã.
The father of the youngest victim of the Barcelona attacks embraces an imam in an emotional show of unity https://t.co/TS7I0oEvcT pic.twitter.com/cj05zyLwLe
— BBC News (World) (@BBCWorld) August 26, 2017
Mas houve resistência à demonstração de unidade nacional. Os líderes catalães – em rutura aberta com Madrid – prometeram engavetar as “divergências legítimas” para a homenagem às vítimas, mas centenas de nacionalistas catalães vaiaram e insultaram o rei Felipe VI e o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy.