A UNITA tem mantido uma contabilidade dos resultados das eleições em Angola, temendo que a Comissão Nacional Eleitoral (CNE), pressionada pelo partido do governo, possa cometer irregularidades na contagem dos votos expressos nas urnas no dia de ontem.
Perante as declarações do secretário do Bureau Político para os assuntos eleitorais do MPLA, João Júlio Martins, dizendo que segundo a contabilidade própria, o partido tem “assegurada a maioria qualificada, ou seja, pelo menos 66% dos votos, a UNITA divulgou ao i os seus próprios resultados.
Com 6150 atas eleitorais contabilizadas, num total de 2 milhões de eleitores (num universo de 9,3 milhões recenseados), o MPLA surge com 47,6%, a UNITA em segundo com 40,2%, a CASA-CE em terceiro com 9,15%, a seguir vem o PRS com 1,55%, a FNLA com 1,10% e a APN com 0,40%.
Os dados foram avançados ao i pelo líder da bancada parlamentar da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, que acrescentou ainda que em Luanda, ainda sem contabilizar os votos de Viana e Cacuaco (onde se concentra a maior parte dos votos), o seu partido vai à frente.
Com 489.259 votos apurados, a UNITA tem 42,48%, seguido do MPLA com 42,08%, vindo depois a CASA-CE com 12,91%, o PRS com 1,25%, a FNLA com 0,91% e a APN com 0,37%.
“Nós pensamos não ser possível o MPLA conseguir a maioria como se diz. Se se mantiver a tendência, a continuar assim, nós vamos nos aproximar. E fazemos votos que possamos mesmo ultrapassar”, afirmou Adalberto da Costa Júnior.
A UNITA promete fazer uma conferência de imprensa quando a sua contabilização ultrapassar os 50 por cento das atas eleitorais e de 50% da inserção dos resultados nacionais.
“É estranho que a CNE tenha os seus centros de escrutínio fechados. Ao contrário do que anunciou e do que costuma ser, nem os mandatários, nem os comissários estão a ter acesso aos resultados do processamento da CNE”, referiu o líder da bancada parlamentar.
“Só posso assinalar o que não é normal, a CNE reuniu-se de emergência, não justificou tanto tempo de reunião e quando saiu o centro de escrutínio foi fechado, foi impedida a partilha de dados. Não ocorreu só em Luanda, os centros de escrutínio nas províncias também estão fechados”, diz.