Em Portugal não existe o hábito de escrever os votos de casamento – quem casa pela Igreja segue o ‘guião’ instituído e nas cerimónias civis muitos optam por seguir apenas as deixas impostas por lei. No entanto, começa a surgir cada vez mais a moda de escrever votos românticos, apaixonados e repletos de otimismo, verdadeiras declarações de amor que serão declamadas à frente de todos os convidados. Mas o melhor é não aderir à moda: há quem diga que tudo isto está errado.
Quem o defende é o filósofo britânico Alain de Botton. No seu canal no YouTube, The School of Life, Botton argumenta que os votos devem ser sinceros e não deixas de filmes da Disney.
O autor sugere que, para ter uma vida matrimonial feliz, os casais devem começar a ser sinceros logo nos votos trocados. “Eu caso contigo, mas com a noção de que não és perfeito e tens várias falhas” seria, de acordo com Botton, algo apropriado para dizer na cerimónia.
“Devíamos admitir com naturalidade que a pessoa com quem vamos casar está muito longe de ser perfeita (…) No entanto, é importante percebermos que é impossível evitarmos as falhas: ninguém seria melhor que o nosso companheiro e nós somos tão maus quanto ele. Somos, simplesmente, uma espécie cheia de falhas”, afirma.