Défice externo quase duplica

Défice externo quase duplica


O défice externo de Portugal quase duplicou no primeiro semestre por comparação com os primeiros seis meses do ano passado. 


“Nos primeiros seis meses do ano, as balanças corrente e de capital apresentaram um défice de 685 milhões de euros, o que compara com um défice de 356 milhões de euros observado no primeiro semestre de 2016”, revela o Banco de Portugal (BdP).

Segundo o BdP, este desempenho negativo é determinado “pela evolução nas balanças de bens e de rendimento primário”.

O regulador escreve que “o aumento do excedente da balança de serviços em 825 milhões de euros foi insuficiente para compensar o aumento do défice da balança de bens”

Neste período as exportações cresceram 12,6% (12,1% nos bens e 13,8% nos serviços) e as importações aumentaram 14,2% (14,7% nos bens e 12,2% nos serviços).

A balança corrente regista as exportações e importações de bens e serviços bem como os pagamentos e recebimentos associados a rendimento primário ­ – por exemplo juros e dividendos .

Já a balança de capital afere as transferências de capital (ex: fundos comunitários) e as transacções sobre ativos não financeiros não produzidos, como as licenças de emissão de dióxido de carbono.

A balança de bens e serviços apresenta um saldo positivo (713 milhões de euros), mas o aumento mais forte nas importações de mercadorias levou a que o excedente comercial recuasse em 412 milhões de euros.

Este valor explica a diferença entre o défice externo da primeira metade deste ano e de 2016.  O "aumento do excedente da balança de serviços em 825 milhões de euros foi insuficiente para compensar o aumento do défice da balança de bens", refere o banco central.

Ao todo, o défice da balança de bens situa-se nos 5374 milhões de euros. Já o excedente da balança de serviços situa-se nos 6087 milhões de euros.